MERCOLÁCTEA: Mercado do leite está superaquecido e pede uma feira técnica
- Artigos em destaque na home: Nenhum
Produtores e industrializadores estão satisfeitos: nunca o mercado de leite viveu um momento tão promissor. Desde o início do ano, o preço do leite em pó, por exemplo, subiu 60%. Em maio, a tonelada de leite em pó desnatado – referência no mercado mundial – chegou a US$ 3.420, mas produtos de melhor qualidade estavam sendo negociados até a US$ 5.000. É nesse cenário promissor que a cadeia produtiva do leite – segmento econômico que mais cresce em Santa Catarina – ganhará uma feira internacional anual. A Associação Comercial e Industrial de Chapecó (Acic), a Prefeitura Municipal, a Agência T12 e as principais entidades do agronegócio lançarão dia 7 de agosto, em Chapecó, a Mercoláctea Milk Fair - Feira Internacional do Setor Lácteo, (programada para a primeira quinzena de abril de 2008).
Movimento - A expectativa é de 30.000 visitantes e negócios de ordem de R$ 80 milhões de reais. A feira tem o apoio da Faesc, Senar, Sindileite, Ocesc, Fecoagro, Epagri, Sebrae, FEC, Governo do Estado e Sindicato Rural de Chapecó. A solenidade será realizada às 19 horas, na cantina do Centro Executivo do Sistema Empresarial de Chapecó (Cesec), seguida de coquetel de confraternização. É aguardada a presença do governador do Estado, de lideranças políticas e empresariais e dos segmentos da cadeia produtiva do leite – produtores, industrializadores, fornecedores, distribuidores etc.
Aquecimento - A comissão central organizadora será coordenada pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, que assinala: “O mercado do leite está superaquecido e pede uma feira técnica internacional e de alto nível”. O dirigente mostra que está faltando leite no mercado mundial. Essa acentuada escassez tem raízes na Europa, com a queda na produção em razão da redução das quotas, e nos Estados Unidos, com a elevação dos custos da alimentação, especialmente milho e soja que migraram para o etanol. Pedrozo aponta que a Europa é o maior exportador de queijos do mundo e, os Estados Unidos, de leite em pó. Pedrozo recomenda equilíbrio no controle de preços finais em razão da capacidade de consumo dos brasileiros, lembrando que “preços muito elevados afugentarão os consumidores”.
Interferência - Outro fator determinante dessa situação do mercado mundial é a interferência da China que entrou no mercado mundial realizando compras maciças de leite em pó, enquanto a produção de leite na Austrália e na Argentina caiu dramaticamente por causa da seca. Enquanto isso, os estoques de produtos lácteos no mercado mundial estão esgotados. Em conseqüência desse quadro, os preços permanecerão em alta nos próximos meses e o mercado somente voltará à normalidade num prazo de um a dois anos. O consumo mundial atual é de 1,9 trilhão de litros/dia e cresce, puxado pela China e Índia, a 13% ao ano. O Brasil produz mais de 25,7 bilhões de litros/ano. Santa Catarina é o sexto produtor nacional com 1,650 bilhão de litros/ano. Praticamente todos os 190.000 estabelecimentos agropecuários produzem leite. O oeste catarinense responde por 60% desse volume com cerca de 50.000 estabelecimentos rurais tecnificados (que adotam tecnologia e geram excedentes comerciais). (MB Comunicação)