LEITE III: Capacitação da cadeia qualifica produção e abre novos mercados
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Apesar da produção leiteira ter avançado muito nos últimos anos no Brasil, o mercado exportador ainda é incipiente. Atualmente, somente cerca de 3% da produção nacional de leite é exportada. "É um grande avanço, considerando que até 2004 ainda éramos importadores, mas o nosso carro-chefe ainda é o mercado interno", avalia o economista da Embrapa Gado de Leite Glauco Rodrigues Carvalho. Dos US$ 198 bilhões exportados pelo agronegócio brasileiro no ano passado, apenas US$ 542 milhões vieram das vendas de leite e derivados. No Paraná, não é diferente. Dos US$ 10 bilhões exportados pelo agronegócio estadual em 2008, o setor de lácteos contribuiu com US$ 16 milhões, muito pouco quando comparado ao complexo soja, que, sozinho, rendeu ao estado mais de US$ 4 bilhões no ano passado.
Espaço para crescimento - "Nos dois casos, a participação é muito pequena. Ainda há espaço para um grande crescimento", afirma Carvalho. Para o economista, o Brasil - e especialmente o Paraná, pelo clima favorável ao cultivo de pastagens de inverno - pode dar um salto muito grande na produção sem aumentar rebanho, apenas incrementando a produtividade. Mas, ainda que a produção cresça, é preciso conquistar novos mercados. "E o esforço para tornar mais competitiva e remuneradora a atividade leiteira paranaense passa pela capacitação do setor", diz Lourival Uhlig, veterinário da Seab.
Profissionalização - A profissionalização da cadeia produtiva dentro e fora de porteira é a principal meta do Programa Estadual de Apoio a Pecuária Leiteira. O programa, lançado pelo governo estadual no final de 2007, oferece ao longo do ano quatro cursos diferentes. O mais recente, é voltado à indústria. "A capacitação dos profissionais que trabalham nos laticínios do estado é uma importante ferramenta para elevar o nível de qualidade dos produtos lácteos", explica Uhlig. Dentro da porteira, a Seab oferece cursos para a formação de produtores, técnicos agrícolas de nível médio e técnicos de nível superior. "Só o curso para capacitação de produtores rurais, o mais antigo, já treinou 760 pecuaristas em dois anos", cita. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)