JUROS: Copom reduz taxa Selic pela 10ª vez seguida

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juros 11 10 2012O Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (10/10) mais um corte na taxa básica de juros da economia. Com vigência a partir desta quinta-feira (11/10), a nova Selic é de 7,25% ao ano, o menor patamar desde que a política monetária brasileira passou a ter como bússola o regime de metas para inflação, em 1999.

Estratégia adequada - “Considerando o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para meta, ainda que de forma não linear”, informou o Comitê de Política Monetária do BC, em comunicado após a reunião que decidiu o novo nível da taxa de juros básica.

Décima vez - A Selic já vinha caindo há mais de um ano. O corte desta quarta foi o décimo seguido desde 31 de agosto do ano passado, quando o Copom deu uma guinada e, após um período de elevação da taxa, deu início a um ciclo de afrouxamento monetário para minimizar os efeitos recessivos da crise internacional sobre a economia do país.

Última e menor - A magnitude desta nova redução, que pode ter sido a última do ciclo, no entanto, foi menor. Fiel ao conteúdo do comunicado emitido ao fim da reunião anterior, em 29 de agosto, o Copom desta vez tirou apenas 0,25 ponto percentual da Selic, que até então estava em 7,5% ao ano.  No comunicado e na ata da reunião,  o colegiado já tinha avisado que, se o cenário prospectivo viesse a comportar um ajuste adicional nas condições monetárias, esse movimento seria “conduzido com máxima parcimônia”.

Mais profundos - Os nove cortes anteriores tinham sido todos mais profundos. A trajetória de queda começou com 0,5 ponto percentual no fim de agosto de 2011, manteve-se essa passada por mais três reuniões  do comitê, acelerou-se com dois cortes seguidos  de 0,75 ponto, em março e abril deste ano, e voltou ao ritmo original nas três últimas antes da de hoje.

Parcimônia - O retorno à velocidade original também tinha sido sinalizado,  por um discurso de “parcimônia” apenas.  O discurso ganhou força, após reunião de agosto passado, com o acréscimo do adjetivo “máxima” à expressão.  Somada à evolução dos índices de inflação, que voltaram a subir com o choque de oferta de produtos agrícolas, essa ênfase em mais parcimônia levou parte dos economistas a prever que o ciclo de alívio na taxa básica de juros tinha se encerrado na reunião de agosto passado, quando a Selic caiu de 8% para 7,5% ao ano.

Apostas - Tanto que as apostas de que a taxa entraria num novo período, de estabilidade, foram captadas pela pesquisa de expectativas de mercado divulgada semanalmente pelo BC na pesquisa Focus. A mediana das projeções da última edição divulgada da pesquisa, com data base na sexta-feira, dia 5, apontou Selic ainda no nível de 7,5% ao ano no fim de outubro.

Consultas - Isso levando em conta todo o conjunto de bancos e empresas consultados. A mediana das projeções feitas pelo grupo de cinco instituições que mais vêm acertando previsões sobre a Selic (TOP 5) já antecipava a queda de 0,25 ponto decidida nesta quarta. A pesquisa feita pelo Valor apontava, na semana passada, mais apostas na manutenção do que na redução da taxa básica de juros. De 34 instituições ouvidas, 25 disseram esperar que a Selic não mudaria nessa reunião.

Nova consulta - Entretanto, uma nova consulta, na segunda-feira, mostrou mudança nas posições de boa parte dos economistas responsáveis pelas projeções. As opiniões ficaram mais divididas, com 16 esperando redução para 7,25% ao ano e 18, manutenção da taxa.

Realinhamento - A fala do diretor de Assuntos Internacionais do BC e membro do Copom, Luiz Awazu Pereira, ajudou a realinhar as projeções para baixo. Na quinta-feira, dia 4, em evento na BMF&Bovespa , ele disse ser “importante” que a política monetária seja “capaz de calibrar o ponto mais favorável” entre a maximização das chances de continuidade de crescimento da economia e a minimização dos riscos para a estabilidade monetária e financeira.

Mudança de posição - A avaliação dele sobre a crise internacional também pesou para a mudança de posição de parte dos economistas. “É provável que estejamos frente a um período de baixo crescimento global mais persistente e mais longo, e com possíveis efeitos negativos sobre os polos mais dinâmicos da recuperação global”, disse Awazu na ocasião. (Valor Econômico)

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