JUROS: BC registra pequeno recuo nas taxas, no menor patamar desde 2000

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O Banco Central registrou em junho um novo recuo nas taxas de juros cobradas das pessoas físicas e das empresas. A taxa média cobrada passou de 37,4% em maio para 37% em junho. Assim como no mês anterior, trata-se do menor patamar desde junho de 2000, quando foi iniciada a série histórica do Banco Central. Além disso, a autoridade monetária continua a registrar aumento no prazo dos pagamentos. Apesar da queda nos juros, o spread --diferença entre o custo da captação das instituições financeiras e a taxa efetiva cobrada dos clientes - caiu em um ritmo menor, apenas 0,1 ponto, para 26,1 pontos percentuais. O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, acredita na manutenção da tendência de queda, mas admite que o spread tem caído em um ritmo menor que os juros. Para que essa redução se acelere, Lopes acredita que é necessário uma expansão maior do volume de crédito e reformas estruturais.

Ritmo - "A queda do spread não é no mesmo ritmo dos juros e nem se espera isso porque não há mudanças estruturais", afirmou. Entre as mudanças que seriam necessárias, ele cita o aperfeiçoamento do sistema tributário. Explicou também que mudanças na área tributária e lembra que embora a inadimplência esteja estável, ela é considerada alta pelas instituições financeiras. As instituições financeiras têm reduzido as taxas de juros desde o início do processo de corte da taxa básica de juros, a Selic, iniciado em setembro de 2005, quando a taxa estava em 19,75% ao ano. Hoje, a Selic está em 11,5% ao ano. Em relação aos prazos de pagamento, o período médio é de 329 dias, seis dias acima do registrado em junho. Esses são os maiores prazos já registrados. Para pessoas físicas, o prazo é de 405 dias e para as empresas, de 260 dias.

Crédito pessoal - Nas operações voltadas exclusivamente para as pessoas físicas a taxa média caiu 0,2 ponto, para 48,4% ao ano, também a menor já registrada. Apesar da queda nos juros, o spread nessas operações ficou estável em 37,7 pontos percentuais. O maior recuo ocorreu nos juros do cheque especial, que passaram de 140,3% em maio para 139,7% ao ano em junho, uma queda de 0,6 ponto percentual. Em 12 meses, a queda é de 5,4 pontos percentuais, um recuo pequeno diante da magnitude dessa taxa.

Queda - Para a aquisição dos demais bens, houve uma queda de 0,4 ponto, para 52,3% ao ano, uma redução de 3,9 ponto em 12 meses. Para a aquisição de veículo, o recuo foi de 0,3 ponto percentual, para 29,4% ao ano em junho (redução de 3,9 pontos percentuais nos últimos 12 meses). O crédito pessoal foi a única modalidade que registrou elevação, de 0,1 ponto, para 52,3% ao ano em junho. Em 12 meses, esse recuo é de 9,9 pontos percentuais. Dentro dessa modalidade está o crédito consignado --desconto em folha de pagamento--, que apresentou um recuo de 0,2 ponto, para 31,9% ao ano no mês passado.

Empresas - No caso das empresas (pessoas jurídicas), a taxa de juros caiu de 24,3% ao ano para 23,7% ao ano e o spread caiu 0,2 ponto, para 12,6 pontos percentuais. Em relação à pontualidade dos consumidores brasileiros, a taxa de inadimplência apresentou um ligeira queda, de 4,8% para 4,7%. Nas empresas, ela ficou em 2,6%. Para as pessoas físicas caiu 0,1 ponto, para 7,1%. (Folhaonline)

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