INFRAESTUTURA: Americanos sinalizam investimentos
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As obras de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) vão melhorar a logística e impulsionar a produção agropecuária brasileira nos próximos anos. A avaliação é do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi. Ele recebeu nesta terça-feira (29/03), líderes de produtores agrícolas norte-americanos. Comandada pelo presidente da American Farm Bureau Federation (AFBF), Robert Stallman, a comitiva contou com dirigentes de cinco federações estaduais de agricultura dos Estados Unidos.
Obras importantes - No encontro, Wagner Rossi mencionou obras importantes do PAC que vão dar outra dinâmica ao escoamento da safra brasileira, como a revitalização dos eixos ferroviários Norte-Sul e Transnordestina e de hidrovias. "Temos consciência de que o modal rodoviário não é a melhor forma de escoar a produção agrícola. Temos que usar a intermodalidade para baixar nossos custos", explicou.
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Investimentos estrangeiros - Os investimentos estrangeiros no Brasil também estiveram no centro da reunião com os empresários dos Estados Unidos. Robert Stallman deixou claro o interesse norte-americano em produzir no país. "As terras produtivas brasileiras são quase um ímã para qualquer produtor", disse.
Aquisição de terras - O ministro Wagner Rossi explicou que o governo brasileiro limitou a aquisição de terras por estrangeiros no ano passado para impedir a entrada de capital especulativo no Brasil. Mas, esclareceu, a decisão, tomada ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não significa que há uma rejeição aos investimentos. Rossi disse que o governo da presidente Dilma Rousseff está estudando uma forma jurídica para garantir investimentos produtivos estratégicos sem ameaça à soberania nacional.
Produção de alimentos - Os produtores americanos também ouviram de Wagner Rossi explicações sobre os programas desenvolvidos para ampliar a produção de alimentos de maneira sustentável. O ministro mencionou que o país está na vanguarda no desenho de políticas públicas na agricultura para a redução da emissão de gases de efeito estufa.
Impressionados - Stallman e dirigentes da AFBF se mostraram impressionados com o esforço brasileiro em compatibilizar produção de alimentos e meio ambiente. Com números, o ministro demonstrou que o aumento da produção é resultado da maior produtividade e não da ampliação de terras utilizadas. "Nos últimos 20 anos, a área plantada no Brasil cresceu apenas 25% enquanto nossa produção global cresceu 152%", disse Rossi. "O Brasil tem 55% de sua área de cobertura vegetal original e já atuamos em 8 milhões de hectares extraindo das florestas naturais aquilo que elas podem oferecer sem que seu equilíbrio seja ameaçado", completou.
Contenciosos - Os contenciosos comerciais entre os dois países também foram objeto da reunião. O ministro defendeu que os governos brasileiro e norte-americano busquem consensos, mencionando como exemplo o caso do algodão. "Somos concorrentes em muitos campos, mas também somos parceiros em outros. Só vejo dois caminhos para aumentar a produção de alimentos no mundo: as terras brasileiras e a produtividade americana", disse. (Mapa)