INFRAESTRUTURA: Mau tempo e grande procura afetam operação de navios em Paranaguá
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O mau tempo continua afetando a operação dos navios no Porto de Paranaguá. Aliado à intensa movimentação no mercado de grãos, que aumenta a procura pelos portos, esse fator explica o grande acúmulo de navios para atracar. Nesta quinta-feira (21/06), das 95 embarcações que aguardavam para atracação, 46 eram de fertilizantes e 38 vão embarcar granéis sólidos.
Grãos - “Para entender essa grande concentração de navios, além da chuva é preciso considerar os granéis para exportação, o início da safra de milho, que já começa a ser escoada, porque os produtores precisam liberar armazéns no interior, e o bom preço da soja no mercado internacional, que estimula as exportações”, explica o superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Henrique Dividino.
Valor da saca - Na quarta-feira (20/06), a saca de soja em Paranaguá estava cotada a R$ 68 e o dólar, avaliado em R$ 2,05, uma das melhores cotações dos últimos anos - fatores que estão estimulando as vendas das commodities brasileiras. Mas a corrida para vender a soja para fora do País é dificultada pelo mau tempo. Somente na quarta-feira, foram 22 horas e 20 minutos de chuvas, permitindo o embarque de apenas 4 mil toneladas de grãos pelo corredor de exportação. Sem chuvas, chegam a ser embarcadas 90 mil toneladas de grãos num único dia.
Estoques - Dividino ressalta que o estoques de grãos nos silos é de pouco mais de 590 mil toneladas, enquanto os 38 navios que aguardam para serem carregados somam 2,5 milhões toneladas. “Se todos os navios atracassem simultaneamente, não haveria carga para abastecê-los. Isso demonstra que muitos são encaminhados a Paranaguá sem ter carga negociada, e esperam ao largo não por ineficiência da operação portuária, mas também por estarem esperando a consolidação de suas cargas”, afirmou.
Maior liquidez - Paranaguá é considerado o porto com maior liquidez de embarques fob. “Isso quer dizer que oferecemos ao mercado a melhor plataforma de carregamento de granéis sólidos de origem agrícola”, explica Dividino. Os clientes podem comprar produtos de vários exportadores, compondo a carga que vai num único navio a partir de diferentes terminais. O sistema de pool, que interliga os sete terminais privados e os dois públicos ao Corredor de Exportação, é que permite esta operação diferenciada e muito mais vantajosa para o comprador. (AEN)