INFRAESTRUTURA: Cooperativas de eletrificação rural negociam tarifa com a Copel
- Artigos em destaque na home: Nenhum
As cooperativas paranaenses de eletrificação rural voltaram a reivindicar da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica) o estabelecimento de tarifas em valores compatíveis com as atividades que elas estão desenvolvendo no interior do Estado. Esse foi um dos pontos discutidos durante reunião ocorrida no final da tarde desta segunda-feira (02/05), na sede da Companhia, em Curitiba, com a participação do presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski; do superintendente José Roberto Ricken, do presidente da Federação das Cooperativas de Eletrificação Rural do Paraná (Fecoerpa), Edvino Schadeck, e do deputado federal Eduardo Sciarra. Eles entregaram um documento com os pleitos do setor ao diretor de distribuição da Copel, Pedro Augusto do Nascimento Neto, que se comprometeu a analisar as demandas e dar uma resposta em breve.
Solicitações - As cooperativas de eletrificação rural estão solicitando basicamente três itens: a aplicação imediata e retroativa a janeiro de 2011 do desconto médio de 4,87%, aprovado pelo Conselho de Administração da Copel, sem exigências adicionais; a retomada das discussões em torno da concessão às cooperativas da mesma tarifa que a Companhia pratica no fornecimento de energia para seus usuários e a definição de critérios que permitam ao setor expandir a carga, obedecendo ao contrato em vigor, celebrado em 2003.
Maior tarifa - O presidente da Fecoerpa ressalta que a tarifa praticada atualmente com as cooperativas do Paraná é a maior dos estados do sul do País, o que está comprometendo as atividades desenvolvidas pelo segmento. "Hoje, nós estamos pagando à Copel R$ 130,00 pelo megawatt/hora, enquanto que as cooperativas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão pagando R$ 60,00 e R$79,00 o megawatt/hora, respectivamente. Isso significa que estamos bem longe desse patamar e o que estamos precisando realmente é comprar a energia por um valor que venha ao encontro das condições de manter as cooperativas", afirma Schadeck.
Aumento da carga - Ele disse ainda que o setor está tendo dificuldades em aumentar a carga de energia elétrica para os consumidores. "Para atender a um consumidor que hoje está com 75 KVA, por exemplo, e quer um aumento de carga para 112,5 KVA, nós precisamos fazer um pedido para a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que, posteriormente, vai fazer uma consulta à concessionária para verificar se ela concorda ou não. Na realidade, isso seria desnecessário, uma vez que temos um contrato assinado em 2003 que nos dá toda liberdade e condições de fazer um aumento de carga", acrescentou Schadeck.
Diferencial - Segundo o presidente da Fecoerpa, as cooperativas de eletrificação rural iniciaram suas atividades no Paraná nos anos 70, quando houve dificuldade de expansão das redes de energia elétrica no interior. "Elas realizaram o trabalho conforme o que precisava ser feito. Hoje, nós temos somente sete cooperativas de eletrificação rural no Estado e que estão em dificuldade porque a Copel quer retomar, a qualquer custo, esses consumidores. Mas estamos brigando até o último momento, no bom sentido, para continuar o nosso trabalho", disse. Ele informou ainda que 10 mil consumidores paranaenses são atendidos pelo setor, o que significa, diante do consumo total, algo em torno de 5% da energia elétrica distribuída no Paraná. "Nós não representamos muito para a Copel, mas o nosso consumidor, que sabe o que as cooperativas fizeram no interior, nos dá muito valor e espera que as cooperativas possam continuar realizando esse trabalho. Embora o consumidor da Copel e o das cooperativas paguem o mesmo valor de energia por kilowatt, temos como diferencial o fato de desenvolvermos um trabalho mais próximo do consumidor. Ele sabe que, se necessitar, será atendido no ato, enquanto que, para o consumidor da Copel, é mais difícil porque será necessário ligar para o serviço 0800 e muitas vezes o atendimento demora até 72 horas para ser efetuado", completa Schadeck.