INFORME PECUÁRIO: Boletim traz informações sobre o mercado de carnes e leite
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A Gerência Técnica e Econômica do Sistema Ocepar (Getec) publicou a edição número 17 do Informe Pecuário com informações sobre o mercado de carnes e de leite. Confira abaixo.
CARNE BOVINA
Mercado Externo - Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil exportou 78,4 mil toneladas em abril, totalizando um faturamento de US$300,2 milhões. Este montante é 2% inferior ao volume embarcado em março. Porém, em relação aos três primeiros meses do ano, este resultado é o segundo melhor em 2010. Outro fator que chama a atenção é o valor pago pela carne bovina in natura em abril, que foi de US$3,828 mil por tonelada, o maior preço pago pela tonelada de carne bovina in natura brasileira desde dezembro de 2008.
Mesmo com a queda no volume embarcado de carne bovina in natura em abril, a tendência é de que as exportações continuem aquecidas. Isto porque grande parte dos concorrentes internacionais, como a Argentina, deve perder espaço no mercado internacional. Outro fator que deve impulsionar as exportações brasileiras é a recuperação econômica dos nossos principais clientes. Rússia e Irã estão com boas perspectivas de crescimento para este ano. Segundo dados do relatório World Economic Outlook, estes dois países devem crescer, respectivamente, 7% e 4,5% em 2010, aproveitando a maior demanda e os preços do petróleo. A União Européia deve ceder mais espaço à carne Brasileia com novas aberturas. E como o consumo de carne está atrelado à renda, temos um bom cenário em 2010.
Tabela 01. Resultados das exportações brasileiras de carne bovina in natura (2010/2009).
Valores
Périodo
Variação (%)
abr/mar abr
Acumulado
jan - abr
Variação (%)
mar/10
abr/10
abr/09
2010
10/09
2010
2009
10/09
Volume
(mil ton)
80,2
78,4
85,1
-2,23
-7,87
299,9
289,8
3,48
Valor
(milhões US$)
292,5
300,2
247,7
2,62
21,19
1.098,9
835,7
31,50
US$/ton
3.648
3.828
2.910
4,92
31,55
3.664
2.883
27,07
Fonte: MDIC, 2010. Elaboração: Ocepar/Getec, 2010.
Mercado Interno - No mercado físico os frigoríficos seguem pressionando, mas já existe certa resistência dos pecuaristas em vender nos preços ofertados no momento e as escalas encurtaram levemente. Outro fator que influencia nesta decisão é a reposição, que segue bastante aquecida. Por outro lado a diminuição das chuvas já começa a comprometer as pastagens em algumas regiões, contribuindo para uma oferta maior de animais para o abate. No final do mês de abril, o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 80,93 por arroba. O indicador a prazo registrou o valor de a R$ 81,77 por arroba.
CARNE SUÍNA
Mercado Externo - As exportações de carne suína cresceram 4% em volume em abril, ante o mês anterior, atingindo 44,7 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.743/tonelada, alta de 8% em relação a março deste ano, e de 38%, em relação ao ano passado no mesmo período.
Tabela 02. Resultados das exportações brasileiras de carne suína in natura (2010/2009).
Valores
Périodo
Variação (%)
abr/mar abr
Acumulado
jan - abr
Variação (%)
mar/10
abr/10
abr/09
2010
10/09
2010
2009
10/09
Volume
(mil ton)
43,0
44,7
48,1
3,87
-7,07
151,5
165,5
-8,50
Valor
(milhões US$)
109,2
122,7
95,3
12,31
28,75
389,5
343,2
13,48
US$/ton
2.539
2.743
1.983
8,07
38,37
2.571
2.073
24,02
Fonte: MDIC, 2010. Elaboração: Ocepar/Getec, 2010.
Mercado Interno - O mês de abril deve fechar com balanço positivo para a suinocultura na maioria das regiões pesquisadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Os preços do suíno vêm registrando pequenas e consecutivas altas desde o início do mês. Nas regiões onde há mercado independente, como São Paulo e Minas Gerais, as reações diárias foram ainda maiores. No mês abril, o valor médio do suíno vivo subiu 5% na região de SP (Campinas, Sorocaba, Bragança Paulista, Piracicaba e São Paulo), comercializado a R$ 2,70/kg. Na região de Belo Horizonte (MG), o aumento foi de 7,7% no mesmo período, com a média a R$ 2,80/kg. (Fonte: Cepea)
CARNE DE FRANGO
Mercado Externo - Mesmo não tendo apresentado os baixos índices do primeiro bimestre do ano, as exportações de carne de frango in natura voltaram a se recuperar, comparativamente ao mês anterior, tanto no volume, como no preço médio e, portanto, na receita. Em abril de 2010, conforme a SECEX/MDIC, foram embarcadas 279,1 mil toneladas do produto a um preço médio de US$1.612/tonelada, o que gerou receita cambial de US$450 milhões. Os resultados obtidos significaram quedas de 8,7% no volume, 0,4% no preço médio e de 9% na receita. Em comparação ao mesmo mês do ano passado foram registrados ganhos no preço médio, de 17%, e na receita, de 6%. Mas o volume embarcado caiu 9,5% em relação a abril de 2009.
Tabela 03. Resultados das exportações brasileiras de carne de frango in natura (2010/2009).
Valores
Périodo
Variação (%)
abr/mar abr
Acumulado
jan - abr
Variação (%)
mar/10
abr/10
abr/09
2010
10/09
2010
2009
10/09
Volume
(mil ton)
306,2
279,1
308,2
-8,86
-9,44
1.049,0
1.061,9
-1,22
Valor
(milhões US$)
495,7
450,0
424,4
-9,21
6,03
1.683,6
1.411,8
19,25
US$/ton
1.619
1.612
1.377
-0,39
17,09
1.605
1.329
20,72
Fonte: MDIC, 2010. Elaboração: Ocepar/Getec, 2010.
Mercado Interno
Toda a cadeia de produção de frango foi fortemente desvalorizada no primeiro quadrimestre de 2010, segundo análises do Cepea. Recuos foram observados nas cotações do frango vivo, abatido e também dos principais cortes comercializados no atacado da Grande São Paulo. O cenário é inverso se comparado ao mesmo período de 2009, quando houve valorização em todos os segmentos da cadeia, mesmo em meio à crise financeira internacional. Em 2010, o preço médio do animal vivo caiu quase 12% de de janeiro a abril, com o produto negociado a R$ 1,43/kg no final de abril. O preço médio do frango congelado caiu 7,7% e o do resfriado, 8,7%, com o quilo comercializado a R$ 2,56 e R$ 2,36, respectivamente. (Fonte: Cepea)
LEITE
Mercado Externo - Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os preços de exportação, entre 19 e 30 de abril, apresentaram um reajustamento positivo para a maioria dos produtos lácteos na União Europeia e Oceânia, em relação à quinzena anterior. O preço médio do leite em pó integral subiu 4,6% na União Europeia e 2,7% na Oceânia.
Na União Europeia, o preço médio do leite em pó inteiro (3.725 dólares por tonelada) apresentou um aumento de 4,6% em relação à quinzena anterior, com valores entre 3.550 e 3.900 dólares por tonelada. O valor médio do soro em pó foi de 1.110 dólares por tonelada, mais 7,3% do que na quinzena anterior, sendo cotado entre 1.000 e 1.200 dólares - foi o maior reajustamento entre os valores médios de exportação na União Europeia. O preço médio do leite em pó desnatado foi de 3.200 dólares por tonelada, apresentando uma subida de 4,9% em relação à quinzena anterior, e seus preços variaram entre 3.050 e 3.350 dólares.
Na Oceânia, o preço médio do leite em pó inteiro ficou em 3.800 dólares por tonelada, com valores entre 3.600 e 4.000 dólares, apresentando um aumento de 2,7% frente à quinzena anterior e mantendo-se superior ao preço médio da União Europeia. O valor médio do leite em pó desnatado ficou estável em relação à quinzena anterior, ficando em 3.550 dólares por tonelada, com preços a variarem entre 3.300 e 3.800 dólares. O preço médio do queijo cheddar fechou a 3.975 dólares por tonelada, com valores entre 3.800 e 4.150, apresentando uma ligeira subida (mais 0,63%) em relação à quinzena anterior.
Mercado Interno - O preço do leite pago ao produtor em abril (referente à produção de março) teve novo salto significativo. Na média nacional do Cepea, que abrange os estados de RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA, o valor bruto do leite subiu 8 centavos por litro (ou 11,8%) frente ao mês anterior, passando para R$ 0,76/litro. Neste ano (janeiro a abril/10), o aumento no preço do leite chega a 27% - essa foi a maior elevação já observada pelo Cepea para o período, desde 1995. Em relação a abril de 2009, o acréscimo foi de 21,4%, em termos nominais.
A valorização do leite ao produtor foi resultado da seguida redução na oferta do produto em todas as regiões pesquisadas pelo Cepea. O decréscimo no Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite) foi de 3,4% de fevereiro/10 para março/10. Apesar disso, a captação de março/10 esteve 3,4% acima do volume observado no mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre deste ano, a captação de leite aumentou 3,5% frente ao mesmo período do ano passado, mas recuou 4,1% se comparada ao volume dos três primeiros meses de 2008. (Fonte: Cepea)