INFORME PECUÁRIO: Boletim traz informações sobre mercado de carnes e de leite
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A Gerência Técnica e Econômica da Ocepar divulgou a edição nº 37 do Informe Pecuário, com informações sobre o mercado de carnes e de leite referentes ao mês de maio. Confira abaixo:
Carne Bovina
Mercado Externo
Levantamento mensal da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontou que as exportações de carne bovina do Brasil atingiram 83,1 mil toneladas em maio, ante 63,9 mil toneladas do mesmo período em 2011. Na comparação com mês anterior, ocorreu um aumento de 20,11%. A receita com as vendas externas rendeu ao setor US$ 398,3 milhões, contra US$ 343 milhões de abril, variação positiva de 16,12%. Trata-se de um faturamento também acima dos US$ 334,2 milhões obtido em maio do ano passado (19,18%). O preço médio da tonelada embarcada, de US$ 4.791,70, contudo, recuou tanto na comparação com o mês anterior (US$ 4.955; -3,3%), quanto frente a maio de 2011 (US$5.226; -8,31%).
Tabela 01. Resultados das exportações brasileiras de carne bovina in natura (2012/2011).
Valores |
|
Périodo |
|
Variação (%) mai/abr mai |
|
Acumulado jan - mai |
Variação (%) |
||||
abr/12 |
mai/12 |
mai/11 |
|
2012 |
12/11 |
|
2012 |
2011 |
12/11 |
||
Volume (mil ton) |
69,2 |
83,1 |
63,9 |
20,11 |
29,98 |
339,5 |
329,4 |
3,06 |
|||
Valor (milhões US$) |
343,0 |
398,3 |
334,2 |
16,12 |
19,18 |
1.653,8 |
1.643,0 |
0,66 |
|||
US$/ton |
4.955 |
4.792 |
5.226 |
-3,30 |
-8,31 |
4.872 |
4.988 |
-2,33 |
Fonte: MDIC/Secex, 2012. Elaboração: Ocepar/Getec, 2012.
Mercado Interno
Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA, no mês de maio, apesar das pequenas mudanças diárias nos preços, a média esteve em torno dos R$ 93,00 por arroba (Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa). Em trinta dias, o indicador desvalorizou 1,81%, sendo cotado no final do mês em R$ 94,72.
De modo geral, o mercado de boi gordo registrou movimento lento nas negociações. Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário foi influenciado pela indefinição nos volumes de oferta de animais para abate e também da demanda por carne no mercado atacadista. Assim, as médias refletiram as alterações pontuais dos volumes ofertados e demandados.
Do lado da oferta, os lotes de animais criados a pasto têm ficado cada vez mais escassos, enquanto os de confinamento ainda são restritos. Por outro lado, pecuaristas que vinham mantendo os animais no pasto foram “obrigados” a vendê-los, já que, neste período, torna-se bastante difícil manter o ganho de peso, devido às condições desfavoráveis do pasto – diminuição da temperatura e do fotoperíodo. Pontualmente, esse posicionamento vendedor faz com que a oferta de animais aumente, pressionando as cotações da arroba, sobretudo quando esbarra na demanda desaquecida do final da cadeia
Carne Suína
Mercado Externo
A indústria de suínos, setor que vem sofre embargo parcial da Rússia às vendas provenientes de três Estados do país desde junho do ano passado, também registrou recuperação no volume embarcado, no mês de maio. As vendas foram de 47 mil toneladas, frente 41,4 mil toneladas de abril, aumento de 13,57%, e também superaram as 38,7 mil toneladas de maio do ano anterior (21,40%) quando o embargo parcial russo ainda não estava comprometendo as exportações. Os embarques renderam ao setor US$ 126,9 milhões, ante US$ 113 milhões registrados do mês anterior e os 115 milhões de dólares de maio de 2011.
Tabela 02. Resultados das exportações brasileiras de carne suína in natura (2012/2011).
Valores |
|
Período |
|
Variação (%) mai/abr mai |
|
Acumulado jan - mai |
Variação (%) |
||||
abr/12 |
mai/12 |
mai/11 |
|
2012 |
12/11 |
|
2012 |
2011 |
12/11 |
||
Volume (mil ton) |
41,4 |
47,0 |
38,7 |
13,57 |
21,40 |
190,5 |
181,9 |
4,69 |
|||
Valor (milhões US$) |
113,3 |
126,9 |
115,0 |
12,00 |
10,33 |
518,3 |
527,1 |
-1,68 |
|||
US$/ton |
2.735 |
2.699 |
2.970 |
-1,31 |
-9,12 |
2.721 |
2.897 |
-6,08 |
Fonte: MDIC/Secex, 2012. Elaboração: Ocepar/Getec, 2012.
Mercado Interno
Os preços do suíno vivo e da carne seguem caindo no mercado brasileiro, de acordo com dados do Cepea. Esse cenário é verificado mesmo com o aumento das exportações em maio. A pressão tem vindo da maior oferta de animais e também do desaquecimento da demanda, que estaria se deslocando para as carnes concorrentes.
No correr de maio, o Indicador do Suíno Cepea/Esalq recuou expressivo 7,9% no Paraná, passando para R$ 1,97/kg. No Rio Grande do Sul, houve queda de 2% no mesmo período, a R$ 1,92/kg. Em São Paulo, o preço médio do suíno vivo encerrou maio a R$ 2,15, recuo de 1,8% no acumulado do mês. Em Minas Gerais, o quilo passou para R$ 2,32 no dia 31, queda de 1,7%. Já em Santa Catarina, o Indicador permaneceu estável, a R$ 1,98/kg no final de maio. Quanto à carcaça comum suína, houve queda de 1,7% no acumulado de junho, com o preço médio passando para R$ 3,38/kg. No período, a carcaça especial desvalorizou 2,2%, a R$ 3,62/kg.
Carne de Frango
Mercado Externo
Segundo dados da Secex, as vendas externas de carne de frango aumentaram 11,63%, para 338,4 mil toneladas, na comparação com maio de 2011. Em abril, o setor havia embarcado 298,5 mil toneladas. As exportações geraram no período receita de US$ 622 milhões, próximo dos US$ 624 milhões do mesmo mês do ano passado, variação negativa de apenas 0,31%. Na comparação com o mês anterior, a receita com os embarques de carne de frango 10,93% superior. O preço médio da carne de frango exportada em maio recuou ligeiramente (2,16%) para US$ 1.839 por tonelada, frente a US$ 1.879 em abril. Mas na comparação com o ano passado, quando o preço foi de US$ 2.058, a queda foi de 10,69%.
Tabela 03. Resultados das exportações brasileiras de carne de frango in natura (2012/2011).
Valores |
|
Período |
|
Variação (%) mai/abr mai |
|
Acumulado jan - mai |
Variação (%) |
||||
abr/12 |
mai/12 |
mai/11 |
|
2012 |
12/11 |
|
2012 |
2011 |
12/11 |
||
Volume (mil ton) |
298,5 |
338,4 |
303,1 |
13,37 |
11,63 |
1.523,5 |
1.441,4 |
5,69 |
|||
Valor (milhões US$) |
560,9 |
622,2 |
624,1 |
10,93 |
-0,31 |
2.820,1 |
2.805,8 |
0,51 |
|||
US$/ton |
1.879 |
1.839 |
2.059 |
-2,16 |
-10,69 |
1.851 |
1.947 |
-4,91 |
Fonte: MDIC/Secex, 2012. Elaboração: Ocepar/Getec, 2012.
Mercado Interno
Entre as concorrentes bovina e suína, a carne de frango era a que mais vinha se sustentando em maio, de acordo com dados do Cepea. No entanto, como esperado para final de mês, as cotações da carne de frango passaram a cair, devido ao típico desaquecimento da demanda do período. Mesmo assim, no acumulado do mês, o frango perde menos que as carnes concorrentes. De 30 de abril a 31 de maio, o preço da carne de frango resfriado no atacado da Grande São Paulo caiu 1,9%, a R$ 2,69/kg. No Paraná as cotações do frango vivo ficaram por volta de R$ 1,80 /Kg.
Leite
Mercado Externo
A balança comercial de lácteos em maio apresentou um déficit de 8.092 toneladas, 12% mais baixo quando comparado com o mês passado. Considerando o dado em valor, o déficit foi de 37,5 milhões de dólares. Em relação ao mesmo período do ano anterior, as importações de produtos lácteos em volume foram 10% inferiores, com 1.310 toneladas importadas a mais do que em maio de 2011. Quando analisamos o valor em equivalente-leite (a quantidade de leite utilizada para produzir um quilo de determinado produto), foram importados 82,55 milhões de litros de leite em maio, 4% a mais do que mês passado e 6% a menos que a quantidade internalizada em maio de 2011, que na época totalizou 87,94 milhões de litros. O volume total de produtos lácteos internalizados foi de 12.049 toneladas, o que representou o montante de 47,840 milhões de dólares.
O produto de maior impacto nas importações é o leite em pó (incluindo o integral e desnatado), com 7.106 toneladas, 21% a mais do que em abril. Nesse mês não houve importação de leite em pó (integral e desnatado) do Chile. O Uruguai foi responsável por colocar 67% desse produto com 4.739 toneladas importadas. A Argentina preencheu o espaço restante introduzindo 2.366, valor dentro da cota estipulada entre os países de 3.600 toneladas mensais. Quanto às exportações, houve aumento de 3% em relação ao mês passado, totalizando um valor de 3.956 toneladas e R$ 10,26 milhões de dólares, com grande destaque para o leite condensado que aumentou 13%, exportando 2.738 toneladas.
Mercado Interno
Em maio, o preço médio pago pelo leite aos produtores (referente à produção entregue em abril) teve leve aumento de 0,8% em relação ao mês anterior, indo para R$ 0,8742/litro (valor bruto, inclui frete e impostos). O valor considera a média ponderada pelos estados de RS, PR, SC, SP, MG, GO e BA. Em termos reais, o preço do leite ficou 0,5% abaixo do registrado em maio/11. Desde aquele mês, justamente, que o preço real não ficava abaixo do verificado em igual período do ano anterior.