INFORME PECUÁRIO: Boletim traz dados sobre o mercado de carnes e de leite

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

A Gerência Técnica e Econômica da Ocepar (Getec) publicou o Informe Pecuário nº 35, com dados de março sobre o mercado interno e externo de carnes e de leite, com base em levantamentos do Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio (Mdic), Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – Esalq/USP (Cepea), Ubabef (União Brasileira de Avicultura), Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), entre outras fontes.

 

Mercado - Carne Bovina

 

Mercado Externo

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), no mês de março o Brasil exportou 69,8 mil toneladas de carne bovina in natura. No mês anterior as exportações foram de 55,0 mil toneladas, sendo assim, um aumento de 26,85% em março. Porém, na comparação com o mesmo período do ano passado houve redução de 12,36% no volume exportado, que alcançou 79,6 mil toneladas no mesmo período do ano passado. Para o faturamento, de US$ 340,77 milhões, houve aumento de 25,84% na comparação mensal e queda de 13,30% em relação ao mesmo período de 2011. O preço médio da tonelada exportada ficou em US$ 4,8 mil, patamar muito próximo do observado tanto no mês passado como em março de 2011.

 

   Tabela 01. Resultados das exportações brasileiras de carne bovina in natura (2012/2011).

 

Valores

 

Périodo

 

Variação (%)

mar/fev      mar

 

Acumulado

jan - mar

Variação (%)

 

fev/12

mar/12

mar/11

 

2012

12/11

 

2012

2011

12/11

Volume

(mil ton)

 

55,0

69,8

79,6

 

26,85

-12,36

 

187,2

198,4

-5,65

Valor

(milhões US$)

 

270,8

340,8

393,1

 

25,84

-13,30

 

912,6

968,4

-5,77

US$/ton

 

4.926

4.884

4.937

 

-0,85

-1,07

 

4.876

4.882

-0,13

Fonte: MDIC, 2011. Elaboração: Ocepar/Getec, 2012.

 

Mercado Interno

No final de março início de abril, o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista registrou valorização de 1,79%, sendo cotado a R$ 96,31 por arroba. O indicador a prazo foi cotado a R$ 97,16 por arroba. Em trinta dias, o indicador valorizou 1,41%, quando em foi cotado em R$94,97. Segundo informações do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - Esalq/USP), frigoríficos continuaram alegando dificuldade para as vendas de carne, mas, diante da oferta reduzida de animais para abate, grande parte tende a reajustar os valores de compra para conseguir adquirir novos lotes. Ainda pode-se considerar que a seca que atinge algumas regiões do País tem prejudicado as pastagens. Com isso, parte dos pecuaristas tem elevado a oferta de animais de reposição e também de vacas.

 

No Paraná o mercado de reposição com pouca movimentação, devido, principalmente, à qualidade dos pastos aquém do esperado. Segundo levantamento feito pela Scot Consultoria, nos últimos treze meses, todas as categorias de reposição no estado tiveram desvalorização, assim como o boi gordo. A categoria cujo preço mais recuou no Paraná foi o boi magro, 6,6%, cotado em R$1.140,00/cabeça. E a que menos desvalorizou foi o bezerro desmamado, queda de 3,9%, cotado em R$790,00/cabeça. O preço do boi gordo caiu 6,9% no período, cotado em R$93,00 a arroba.

 

Mercado - Carne Suína

 

Mercado Externo

As exportações brasileiras de carne suína in natura totalizaram 40,6 mil toneladas em março, volume 31,66% superior ao de fevereiro e 8,70% maior que o de março do ano passado, quando 37,3 mil toneladas foram embarcadas, segundo dados da Mdic/Secex. Esse avanço nas vendas externas, porém, não impediu quedas acentuadas dos preços tanto do suíno vivo quanto da carne no mercado nacional.

 

Segundo dados da Abipecs (Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína) a Rússia continua como 3º destino, neste ano, atrás de Hong Kong e Ucrânia. As vendas para o mercado russo, em março, foram de 8.265 toneladas e US$ 25,83 milhões, na comparação com igual período de 2011, uma queda de 47,97% em volume e de 46,89% em valor. De janeiro a março deste ano, as exportações para a Rússia atingiram 16.379 toneladas e US$ 50,85 milhões, uma variação negativa de 64,38% em volume e 63,22% em faturamento, ante igual período do ano passado. Hong Kong se mantém como principal destino da carne suína brasileira, respondendo por 30% das exportações do ano. Já a Ucrânia foi responsável por 20%.

 

Tabela 02. Resultados das exportações brasileiras de carne suína in natura (2012/2011).

Valores

 

Périodo

 

Variação (%)

mar/fev      mar

 

Acumulado

jan - mar

Variação (%)

 

fev/12

mar/12

mar/11

 

2012

12/11

 

2012

2011

12/11

Volume

(mil ton)

 

30,8

40,6

37,3

 

31,66

8,70

 

102,1

99,1

2,97%

Valor

(milhões US$)

 

84,7

108,4

106,3

 

27,96

2,00

 

278,1

279,3

-0,44%

US$/ton

 

2.747

2.673

2.849

 

-2,69

-6,17

 

2.725

2.818

-3,31%

Fonte: MDIC, 2011. Elaboração: Ocepar/Getec, 2012.

 

Mercado Interno

No mês de março ocorreu uma desvalorização no mercado os valores no final do mês, tanto do animal vivo quanto da carne no atacado, foram os menores, em termos nominais, desde setembro de 2011. Segundo informações do Cepea, as quedas se devem ao ritmo mais fraco da demanda no mercado doméstico, o que poderia estar atrelado às baixas também da carne bovina. O Indicador do Suíno Cepea/Esalq chegou a recuar 20% no estado de São Paulo no acumulado do mês. Em Minas Gerais, houve queda de 18,4%. No Sul do País, as retrações nos preços foram de 14,6% no Paraná, de 14,2% no Rio Grande do Sul e de 12,1% em Santa Catarina. Quanto à carcaça comum suína comercializada no atacado de SP, a desvalorização no correr de março foi de 9,5% e a da carcaça especial, de 13,9%. No Paraná o preço médio por kg de animal vivo ficou em R$ 2,27.

 

Mercado - Carne de Frango

 

Mercado Externo

O preço da carne de frango exportada pelo Brasil em março caiu em relação ao mesmo mês de 2011. Os preços praticados recuaram 1,80%, para US$ 1,89 mil a tonelada. Os embarques totalizaram 335,9 mil toneladas, alta de 7,54% ante as 312,3 mil toneladas vendidas em março de 2011. A receita cambial aumentou 5,6%, passando de US$ 601,2 milhões para US$ 634,9 milhões.

 

Segundo dados, da Ubabef (União Brasileira de Avicultura), o maior mercado para o setor avícola brasileiro, o Oriente Médio importou 315,9 mil toneladas nos três primeiros meses deste ano, resultado 12,7% menor em relação ao primeiro trimestre de 2011. Já a Ásia, segundo maior cliente dos exportadores de frangos do Brasil, foi responsável pelo embarque de 294,1 mil toneladas, número 16,8% maior em relação ao ano anterior. Em terceiro lugar e com o maior crescimento entre todos os mercados (com 40,8% de alta), a África importou 158,7 mil toneladas. Quarto maior destino, para a União Europeia foram embarcadas 112,5 mil toneladas de frangos, resultado 2,2% menor que o obtido entre janeiro e março de 2011. No quinto posto, os países das Américas importaram 63,3 mil toneladas, com alta de 2,6%.

 

O Paraná fechou o primeiro bimestre de 2012 liderando as exportações de carne de frango brasileiras, tanto no volume quanto no faturamento. Ao todo, em janeiro e fevereiro, os embarques paranaenses do produto atingiram 166,15 mil toneladas, o que gerou um faturamento de US$ 298,01 milhões. Santa Catarina figura logo atrás, com um volume de 145,62 mil toneladas e receita de US$ 295,06 milhões. Na terceira posição está o Rio Grande do Sul, com embarques de 106,32 mil toneladas e divisas de US$ 184,29 milhões.

 

Tabela 03. Resultados das exportações brasileiras de carne de frango in natura (2012/2011).

Valores

 

Périodo

 

Variação (%)

mar/fev      mar

 

Acumulado

jan - mar

Variação (%)

 

fev/12

mar/12

mar/11

 

2012

12/11

 

2012

2011

12/11

Volume

(mil ton)

 

257,0

335,9

312,3

 

30,69

7,54

 

886,6

848,7

4,46

Valor

(milhões US$)

 

469,1

634,9

601,2

 

35,35

5,61

 

1.637,0

1.608,3

1,79

US$/ton

 

1.825

1.890

1.925

 

3,57

-1,80

 

1.846

1.895

-2,56

Fonte: MDIC, 2011. Elaboração: Ocepar/Getec, 2012.

 

Mercado Interno

Após valorização de mais de 20% em fevereiro, o frango vivo entrou em março (dia 1º) com nova alta que elevou seu preço para R$1,80/kg. Contudo, as cotações do frango vivo pararam de subir no final do mês de março. Esse comportamento reflete as quedas que têm sido verificadas para a carne de frango. De acordo com informações do Cepea, essa desvalorização, por sua vez, pode decorrer da conclusão das cargas para o mercado externo e/ou do enfraquecimento da demanda interna. Quanto à produção de carne, é comum que haja aumento em março, mas as exportações tendem a corresponder.

 

Mercado – Leite

 

Mercado Externo

A balança comercial de lácteos em março apresentou um déficit de 15.500 toneladas, 42% mais alto quando comparado com o mês passado. Considerando o dado em valor, o déficit foi de 46 milhões de dólares. Dados apresentados pelo MilkPoint apontam que em relação ao mesmo período do ano anterior, as importações de produtos lácteos foram 111% superiores, com 10 mil toneladas importadas a mais do que em março de 2011.

 

Mercado Interno

Em março, o preço médio pago pelo leite ao produtor (referente à produção entregue em fevereiro) aumentou mais 2% (ou 1,7 centavos por litro), indo para R$ 0,8581/litro na média ponderada dos estados de RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA, conforme levantamentos do Cepea/Esalq/USP. Esse valor representa aumento real (descontando-se a inflação até fevereiro/12 medida pelo IPCA) de 7,7% se comparado ao mesmo período do ano passado. A elevação neste mês esteve atrelada à menor oferta do produto nas principais bacias leiteiras, o que aumenta a disputa pela matéria-prima entre os laticínios/cooperativas.

 

Tabela 4. Preços pagos pelos laticínios (brutos) e recebidos pelos produtores (líquidos) em Março referentes ao leite entregue em Fevereiro.

 

 

 

Fonte: Cepea-Esalq/USP

 

Conteúdos Relacionados