INDÚSTRIAS TÊM 90 DIAS PARA MUDAR RÓTULO DO CAFÉ EM PÓ

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Um documento propondo dez medidas visando a estabilidade da produção de café e o anúncio da lei estadual 13.519, que cria normas para rotulagem dos cafés comercializados no Paraná, foram os assuntos mais discutidos no 10º Encontro Estadual do Café, que reuniu ontem (10), em Londrina, cerca de 800 produtores de 240 municípios. A nova lei, sancionada pelo governador do Estado no dia 8 de abril de 2002, dá prazo de 90 dias para que as indústrias de torrefação e moagem adotem a nova rotulação do produto. Elas terão que informar sobre o conteúdo da embalagem, lote, procedência, liga, e se o café é arábica ou robusta (ou conillon) e qual a porcentagem desses componentes.

Normatização - A regulamentação defende interesses de produtores e consumidores. O Paraná, produtor de café arábica de boa qualidade, será o grande beneficiado. A lei não contraria os interesses das indústrias, ''apenas determina que se escreva do lado de fora o que realmente existe do lado de dentro da embalagem''. Além de orientar o consumidor, essa normatização vai premiar cafés de melhor qualidade. No entendimento das lideranças do café, o consumidor, ao ser informado sobre o que está comprando, acaba se interessando em saber mais sobre o fator qualidade, teores de cafeína nos tipos de café (o arábica tem menos cafeína e, portanto, é mais saudável), origem da produção, presença de outros produtos vegetais. Ao contrário dos consumidores europeus, os consumidores brasileiros não têm essas informações e sabem pouco sobre o café que toma todos os dias.

Parlamentares - Além da palestra do presidente da entidade, Ricardo Strenger, os deputados Orlando Pessuti e Hermas Brandão, fizeram um histórico sobre o projeto aprovado por unanimidade na Assembléia Legislativa e sancionado pelo governador Lerner ''em tempo recorde'', segundo Hermas. Na platéia estavam cafeicultores profissionais que investiram em alta tecnologia, como Luiz Henrique Ferroni. Esses produtores apostam num preço mais justo ''compatível com a qualidade do produto''. Hoje o café paranaense sofre um deságio de até 20% - porque criaram o estigma da baixa qualidade; no entanto, os exportadores misturam o café do Paraná com produtos paulistas e mineiros, embarcam pelo Porto de Santos (e não por Paranaguá), e acabam obtendo o mesmo preço que os cafés considerados de melhor qualidade, tipo exportação. (Fonte: Folha de Londrina)

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