IBGE: Prognóstico para safra 2022 recua, mas mantém patamar recorde com 277,1 milhões de toneladas

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ibge 11 01 2022A safra nacional deve atingir mais um recorde em 2022. Após três anos seguidos batendo recordes, a última estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta terça-feira (11/01) pelo IBGE, mostra que a produção agrícola pisou no freio em 2021, fechando o ano com um total de 253,2 milhões de toneladas, 0,4% abaixo da de 2020. Mas o estudo também aponta que, para 2022, o prognóstico é de um novo recorde, de 277,1 milhões de toneladas, apesar de ter havido um leve recuo em relação ao prognóstico anterior.

Plantio antecipado - “Ao contrário da safra de 2021, quando houve atraso no plantio, na safra de 2022, a soja, principal produto das lavouras brasileiras, foi semeada antecipadamente e de forma acelerada, na maior parte das regiões produtoras do país, por conta dos elevados volumes de chuvas ao longo do mês de outubro nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Isso deve ampliar a janela de plantio das culturas de 2ª safra e beneficiar essa produção”, assinala o gerente do LSPA, Carlos Barradas.

Impactos climáticos - Ele destaca, no entanto, que houve impactos climáticos provocados por áreas de instabilidade nos estados do Nordeste e Sudeste, por conta da Zona de Convergência intertropical, e efeitos do fenômeno “La Ninã” nos estados do Sul, que já começam a interferir nos cultivos a campo.

Chuvas - “Há registro de chuvas acima da média na Bahia e Ceará, enquanto nos três estados do Sul e no Mato Grosso do Sul já se observa um menor volume de chuvas, com registro de estiagens severas regionalizadas, o que vem afetando as culturas de verão. Com isso, as novas informações recebidas nesse terceiro prognóstico já apontam um declínio de 0,3%, ou 900,0 mil toneladas, em relação ao que havia sido estimado no prognóstico anterior para este ano”, comenta Barradas.

Produção - Mesmo assim, a produção de 277,1 milhões de toneladas em 2022 deverá ser 9,4% superior a de 2021, com 23,9 milhões de toneladas a mais. O aumento deve-se, principalmente, à maior produção de soja (2,5%), de milho (11,2% na primeira safra e 29,4% na segunda), de algodão herbáceo em caroço (4,6%), de sorgo (11,4%) e de feijão (10,8% na primeira safra e 4,6% na segunda).

Soja - O volume de produção da soja foi estimado em um novo recorde, de 138,3 milhões de toneladas, devendo representar mais da metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no país em 2022. Já a estimativa para a produção de milho é de 108,9 milhões de toneladas, sendo aguardada uma colheita recorde, com a recuperação das lavouras após a grande queda na produção em 2021 por conta do atraso no plantio da 2ªsafra e da falta de chuvas nas principais unidades produtoras.

Redução - Por outro lado foram estimados declínios na produção do arroz (-4,9%), do feijão 3ª safra (-0,9%) e do trigo (-7,4%) toneladas. “Apesar da queda, essa produção de arroz deve ser suficiente para abastecer o mercado interno brasileiro”, ressalta barradas.

Safra de 2021 foi a menor que a de 2020 - A estimativa final para a safra de 2021 totalizou 253,2 milhões de toneladas, sendo 0,4% (900,0 mil toneladas) menor que a obtida em 2020 (254,1 milhões de toneladas). Comparada à estimativa anterior, houve alta de 420,6 mil toneladas (0,2%). Arroz, milho e soja responderam por 92,6% da produção e 87,3% da área colhida.

Estados - O Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,2%, seguido pelo Rio Grande do Sul (14,9%), Paraná (13,1%), Goiás (10,0%), Mato Grosso do Sul (7,5%) e Minas Gerais (6,0%), que, somados, representaram 79,7% do total nacional.

Variação anual - A estimativa da produção apresentou variação anual positiva em três regiões: Sul (5,2%), Nordeste (1,9%) e Norte (11,8%). Já Centro-Oeste (-4,3%) e Sudeste (-4,6%) tiveram queda. O Centro-Oeste produziu 116,5 milhões de toneladas (46,1% do total do país); o Sul, 76,9 milhões de toneladas (30,4%); o Sudeste, 24,6 milhões de toneladas (9,9%); o Nordeste, 23,0 milhões de toneladas (9,1%) e o Norte, 12,3 milhões de toneladas (4,5%).

Sobre o LSPA - Implantado em novembro de 1972 com o propósito de atender às demandas de usuários por informações estatísticas conjunturais mensais, o LSPA fornece estimativas de área plantada, área colhida, quantidade produzida e rendimento médio de produtos selecionados com base em critérios de importância econômica e social para o país. Ele permite não só o acompanhamento de cada cultura investigada, desde a fase de intenção de plantio até o final da colheita, no ano civil de referência, como também o prognóstico da safra do ano seguinte, para o qual é realizado o levantamento nos meses de outubro, novembro e dezembro. (Agência IBGE de Notícias)

FOTO: Gilson Abreu - AEN/PR

 

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