IBGE: Indústria cresce pelo oitavo mês seguido, mas fecha 2020 com queda de 4,5%
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A produção industrial cresceu pelo oitavo mês consecutivo e avançou 0,9% na passagem de novembro para dezembro. Mesmo com a alta acumulada de 41,8% no período, que eliminou a perda de 27,1% entre março e abril - que havia levado o setor ao ponto mais baixo da série - a indústria fechou 2020 com queda de 4,5%, intensificando o recuo de 1,1% de 2019. É o pior resultado para um ano desde 2016, quando houve queda de 6,4%.
Avanço - A Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta terça-feira (02/02) pelo IBGE, mostra também que, no último trimestre do 2020, o setor avançou 3,4%. Levando em conta o patamar pré-pandemia, de fevereiro, a produção em dezembro esteve 3,4% acima. Na comparação com dezembro de 2019, houve alta de 8,2%.
Categorias - O avanço de dezembro frente a novembro alcançou três das quatro grandes categorias econômicas e 17 de 26 ramos pesquisados. Para o gerente da pesquisa, André Macedo, esse resultado mostra uma regularidade de crescimento na produção industrial nos últimos meses. "Esse perfil generalizado de expansão está presente neste período", explica.
Maior influência - Entre as atividades, a maior influência segue sendo a de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,5%). O segmento acumula expansão de 1.308,1% na produção nos últimos oito meses, eliminando a perda de 92,3% registrada no período março-abril de 2020. Entretanto, no acumulado de 2020 contra 2019, o setor também foi a maior influência negativa (-28,1%).
Metalurgia - Outra influência positiva na passagem de novembro para dezembro veio da metalurgia, com 19% de alta, sexta taxa consecutiva e acumulado de 58,6% no período julho-dezembro. “É um segmento que tem atuado acompanhando o crescimento na produção da indústria automobilística”, diz Macedo. No ano, entretanto, a metalurgia acumulou queda de -7,2% contra 2019.
Indústrias extrativas - Em dezembro, também se destacaram as indústrias extrativas, com alta de 3,7% frente a novembro, interrompendo três meses de resultados negativos consecutivos. No acumulado de 2020, o setor apresentou queda de 3,4% contra 2019.
Outras contribuições - Outras contribuições positivas importantes na passagem de novembro para dezembro: máquinas e equipamentos (6,0%), de produtos têxteis (15,4%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (11,5%), de produtos de borracha e de material plástico (4,8%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,4%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,7%) e de produtos de metal (2,9%).
Atividades - Entre nove atividades que apontaram recuo na produção, as principais foram produtos alimentícios (-4,4%), bebidas (-8,1%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,3%).
Categorias econômicas - Já entre as categorias econômicas, bens de capital e bens de consumo duráveis cresceram 2,4% cada e anotaram as maiores taxas em dezembro. É o oitavo mês seguido de expansão na produção das duas categorias, acumulando nesse período alta de 134,9% e 565,7%, respectivamente. Os dois segmentos se encontram acima do patamar de fevereiro último, na ordem: 14,9% e 5,1%.
Bens intermediários - Já bens intermediários teve alta de 1,6% e registrou crescimento acima da média da indústria. Com isso, reverteu os resultados negativos assinalados em outubro (-0,1%) e novembro (-0,2%). A única categoria que apresentou recuo em dezembro foi bens de consumo semi e não duráveis, com queda de 0,5%.
Queda - Na comparação de 2020 com 2019, todas as grandes categorias tiveram queda, com destaque para bens de consumo duráveis (-19,8%) e bens de capital (-9,8%). “Ambas têm a dinâmica de produção muito associada à indústria de automotores. No caso da primeira, com influência dos automóveis, como os carros, e no caso da segunda, os equipamentos de transporte, como caminhões”, finaliza André Macedo. (Agência IBGE de Notícias)
FOTO: José Fernando Ogura /AEN-Paraná