Frango: Rússia mostra preferência aos americanos
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O representante comercial americano, Robert Zoellick, disse que a Rússia concordou em aliviar as restrições nas cotas de frango, carne suína e carne bovina dos Estados Unidos. O secretário afirmou que as negociações entre Rússia e EUA asseguraram que não há mais risco do país reduzir as cotas americanas, mas que haveria espaço até para ampliar as cotas. O acordo deve permitir aos EUA exportar anualmente para a Rússia cerca de US$ 700 milhões em carne de frango, cerca de um milhão de toneladas. O volume é o mesmo exportado em 2001, mas 25% superior ao permitido pelo sistema de cotas, em vigor desde abril. Segundo Zoellick, os embarques de carnes bovina e suína para a Rússia também devem crescer, mas detalhes sobre as tarifas ainda estão sendo discutidos. Em abril, a Rússia impôs cotas de 420 mil toneladas para carne bovina e de 450 mil para a carne suína. No caso do frango, a cota ficou em 744 mil toneladas a partir de abril, e a distribuição foi regional. O Brasil ficou com 33 mil toneladas do total, e os Estados Unidos, com 80% da cota.
Preocupação
- A notícia deixou apreensivos os exportadores brasileiros de frango.
A Rússia é o principal mercado para os EUA e foi um importante
mercado para o Brasil até 2002, com compras de 295 mil toneladas. Com
as cotas, no entanto, o Brasil perdeu espaço. "Precisamos equilibrar
a balança comercial com a Rússia para conseguir maior participação
no mercado de aves", disse Júlio Cardoso, presidente da Abef (reúne
exportadores). Segundo ele, o sistema de cotas regionalizadas tornou os importadores
russos dependentes dos exportadores americanos de frango. O resultado foi uma
alta de 50% nos preços no varejo russo do período anterior às
cotas até setembro. Cardoso acrescentou que o Brasil não foi favorecido
pela redistribuição das cotas de frango este ano. Faltavam cerca
de 20% do total, que foram distribuídos entre Estados Unidos e Europa.
(Fonte: Jornal Valor).