FÓRUM OCEPAR II: Professor rebate previsões catastróficas acerca do clima
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{gallery}noticias/2011/Dezembro/16/20111216152428/{/gallery}Para o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Francisco de Assis Mendonça, é preciso cuidado para não acreditar em todas as previsões cientificas catastróficas que são veiculadas pela mídia. “Quando o assunto é o aquecimento global, há um acirramento de extremos”, afirmou. “Estudos que fizemos na UFPR sobre o clima na região Sul do Brasil nos últimos 30 anos, demonstram que os impactos sobre a temperatura não são drásticos. Tivemos alguns locais onde a temperatura se elevou, assim com em outros lugares a temperatura caiu”, ressaltou. Segundo o professor, que é pós doutor pela Universidade de Sorbone, a questão climática ganhou relevância no mundo porque interfere no processo político e econômico de países desenvolvidos. Análises mostram aumento da temperatura em regiões dos Estados Unidos e em países da Europa. “Se as mudanças climáticas, por exemplo, afetassem somente a África, não haveria discussões sobre o tema. Mas, como afeta o centro do poder, o debate ganha força”, disse.
O grande desafio – Na opinião do professor, o grande desafio quando se fala em questão ambiental, é como introduzi-la como prioridade nas megacidades do mundo. “Daqui a 30 anos, a metrópole São Paulo estará interligada com Campinas e Rio de Janeiro e concentrará 50 milhões de habitantes. Como reduzir os impactos de uma população tão grande? Tecnologia para isso existe, mas falta no Brasil vontade política e econômica”, afirmou. De acordo com o IBGE, 87% da população brasileira vive hoje no meio urbano.
Ocupação irregular - Segundo Mendonça, depois dos anos de 1960, nada foi feito no Brasil para conter a ocupação irregular nas cidades. “As favelas proliferam em todo o país. Atualmente, Curitiba tem 14% de sua população, ou seja, 250 mil pessoas, vivendo em áreas de ocupação irregular. Algo precisa ser feito, para pensar as cidades como construção de um futuro melhor, e com menos concentração de renda. A maioria dos mais pobres vive em condições ruins, enquanto os que têm maior renda vivem “presos” em condomínios fechados, com seguranças armados e só saem em carros blindados. A coletividade necessita refletir e debater sobre o futuro”, concluiu.
Programação – Depois da palestra de Mendonça, a pesquisadora do Icone -Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais e da RedeAgro, Laura B. Antoniazzi, falou sobre as negociações Internacionais sobre o Clima e Desenvolvimento Sustentável. O evento prossegue à tarde, com participação do consultor jurídico da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), doutorando em Direito Socioambiental na PUC/PR e mestre em Direito Ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Leonardo Papp e Moisés Savian, da Gerência de Sustentabilidade Ambiental do Ministério de Meio Ambiente.