FÓRUM ABAG I: Koslovski defende programa de garantia de renda no 9º CBA
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O presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, defendeu a criação de um programa de garantia de renda ao produtor para alavancar efetivamente o crescimento do agronegócio no Brasil nos próximos anos. Ele abordou a questão durante participação, nesta segunda-feira (09/08), em São Paulo, no 9º Congresso Brasileiro de Agribussiness (CBA), promovido pela Associação Brasileira de Agribusiness (Abag). No evento, Koslovski discutiu as perspectivas para o cenário 2011, juntamente com Horácio Lafer Piva, presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel - Bracelpa; Paulo Rabello de Castro, sócio-diretor da RC Consultores Associados, Renato Buranello, sócio da Buranello & Passos Advogados e Luiz Antônio Fayet, consultor da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). A mesa redonda sobre o tema teve como moderador o jornalista Joelmir Beting.
Propostas - As discussões aconteceram no painel sobre Governança, depois que o presidente da Abag, Carlo Lovatelli, apresentou as propostas do agronegócio encaminhadas aos principais candidatos à presidência da República, Dilma Rouseff, José Serra e Marina Silva. Os três participaram virtualmente do Congresso respondendo, por meio de mensagens gravadas em vídeo, a seis perguntas relacionadas às principais demandas do setor rural: garantia de renda, logística, defesa agropecuária, comércio exterior, pesquisa e institucionalidade.
Agricultura familiar - O presidente da Ocepar iniciou sua participação no 9º CBA respondendo a uma questão encaminhada por Joelmir Beting sobre agricultura familiar. Koslovski ressaltou que 75% dos associados das cooperativas agropecuárias do Paraná se enquadram como agricultores familiares, possuindo áreas de até 50 hectares. "Todos eles estão se beneficiando das políticas públicas do governo destinadas a esse segmento", frisou. O dirigente acredita que algumas dessas políticas poderiam ser adotadas pelo governo também para a agricultura comercial por oferecer condições favoráveis de financiamento da produção. Para ele, esse processo se viabilizaria mais facilmente se o setor estivesse sob o âmbito de um único ministério. "A existência de dois ministérios para atender os agricultores familiares e empresariais distintamente deveria ser revista", afirmou.
Proposta - Koslovski apresentou ainda uma proposta destinada ao desenvolvimento do agronegócio brasileiro, fundamentada em duas linhas básicas. "Inicialmente, teríamos que criar um programa para solucionar efetivamente o endividamento agrícola, dando condições ao produtor de quitar os passivos sem comprometer o plantio da safra a cada ano", disse. "Uma vez solucionada essa questão, viria a criação de um programa de garantia de renda, sustentado em vários instrumentos, entre eles, o seguro da produção, o seguro de preço e um programa de garantia de acesso ao crédito", acrescentou. Em sua opinião, o Congresso representou uma grande oportunidade de colocar em evidência questões relevantes ligadas ao agronegócio. "Foi muito importante expor as propostas do setor aos candidatos à presidência da República e ouvir a opinião deles sobre os pontos que consideramos imprescindíveis para superar os gargalos que impedem o avanço maior da atividade agropecuária no Brasil", completou.
Falta de propostas - Na opinião do presidente da Cocamar e membro da diretoria da Abag, Luiz Lourenço, o objetivo do Fórum realizado pela entidade era ouvir dos principais candidatos propostas concretas para o setor do agronegócio, mas que, segundo ele, não se confirmou. "Lamentamos que os três candidatos à presidência da República não foram objetivos em suas respostas e frustraram nossas expectativas, fugiram do foco principal e perderam uma grande oportunidade de mostrar suas propostas para o setor. Mais uma vez este setor, que tanto contribui para o desenvolvimento do país, é deixado de lado pelos nossos candidatos". Por outro lado, Lourenço reconhece o excelente trabalho realizado tanto pela Abag como pelos painelistas, que formularam perguntas interessantes e muito bem estruturadas na realidade do agronegócio brasileiro e que foram repassadas antecipadamente aos candidatos. "Destaco a importante contribuição dada pela Ocepar, através do seu presidente, João Paulo Koslovski, durante o painel apresentado no Fórum da Abag. Podemos afirmar que as informações geradas por estes especialistas é que deram um tempero especial ao evento", lembrou o dirigente.
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Presenças - Entre os participantes do 9º Congresso também estavam o gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra; o presidente da Bom Jesus, Luiz Roberto Baggio e o presidente da Copagra e da Alcopar, Miguel Tranin.