FONTES RENOVÁVEIS: Coops brasileiras e alemãs trocam experiências e soluções sobre distribuição de energia

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fontes renovaveis 09 09 2022A eficiência na gestão de energia atrelada à busca pela sustentabilidade foi o foco da troca de experiências entre cooperativas brasileiras e alemãs. Entre os dias 28 de agosto e 2 de setembro, dez cooperativas do Sistema OCB realizaram missão técnica à Alemanha, onde foram recebidas pela Confederação Alemã das Cooperativas (DGRV). As coops foram selecionadas pela diversidade de modelos e pelo relacionamento com as Unidades Estaduais do Sistema.

Atividades - Para conhecer melhor os exemplos de geração distribuída da Alemanha, além do apoio institucional, as coops brasileiras conheceram a estrutura da DGRV, o Sistema Cooperativo Elétrico Alemão e as estruturas voltadas para o cooperativismo de energia, bem como realizaram três visitas técnicas para conhecer os cases de referência. A comitiva foi até as sedes de duas cooperativas de energia fotovoltaica e de uma outra que atua com produção de biogás. Esta, além de produzir energia elétrica, fornece aquecimento e internet de fibra óptica para 150 famílias.

Visita - O grupo visitou também o Instituto de Pesquisa Fraunhofer e conheceu as técnicas aplicadas no Sistema AgriFotovoltaica, que demonstra a possibilidade de realização de duas atividades: agricultura e geração de energia para o melhor aproveitamento do terreno. O interesse em um software de soluções de gestão das usinas chamou atenção da comitiva brasileiras.

Reflexão - O coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato, avaliou a visita como uma importante reflexão do que pode ser feito para estruturar um futuro mais sustentável e competitivo para as coops, por meio da prestação desse serviço.

Rica - “Nossa visita foi muito rica porque conseguimos enxergar que, embora sejamos países em continentes diferentes, temos muitas afinidades e desafios em comuns. Entre eles, fazer da geração distribuída um negócio permanentemente viável. As alterações regulatórias da Alemanha dificultaram esse processo e eles precisaram ser criativos para fazer novos arranjos e buscar soluções conjuntas para ter maior eficiência, competitividade e perenidade”, explicou.

Desafio - Para o coordenador, esse desafio também acontece no Brasil e, por isso, os exemplos vistos podem contribuir significativamente. “Estamos passando por um momento entre uma legislação maior e outra um pouco mais restritiva, que é a Lei 14.300/22 [geração de energia distribuída], em que, apesar de manter bons incentivos para quem já está conectado, exige enxergar novos caminhos, novas soluções”.

Soluções efetivas - Morato ressaltou ainda que pensar em soluções efetivas é fortalecer o cooperativismo de energia de maneira eficiente e perene. “Foi isso que vimos lá, a caminhada alemã nessa transição é uma experiência muito boa para refletirmos como podemos fazer um futuro mais sustentável por meio das cooperativas brasileiras”, pontuou.

Experiências - As cooperativas brasileiras também retribuíram o conhecimento adquirido demonstrando como vêm atuando de múltiplas formas para fortalecer e buscar soluções para o compartilhamento de energias. Há o destaque para o modelo de duas delas que atuam dentro de comunidades: Bem Viver, da Paraíba; e Percília e Lúcio, do Rio de Janeiro.

Capacitação - A cooperativa Bem Viver, além de compartilhar a energia gerada por ela, capacita pessoas de baixa renda para atuarem na atividade. Já a coop Percília e Lúcio, atua no Morro da Babilônia, onde gera e compartilha energia entre a comunidade.

Heterogeneidade - “O encontro foi enriquecido pela heterogeneidade do nosso grupo. Ao mesmo tempo em que tínhamos lá cooperativas com aspectos mais sociais, de inclusão e acesso à energia, também levamos coops maiores que tem parceria, inclusive, com cervejarias para construir e possibilitar energia renovável para seus cooperados. Essas diferenças nos trazem oportunidades de criar soluções mais robustas. Certamente, essa visita nos dará bons resultados”, acrescentou Morato.

GT - Na oportunidade, um grupo de trabalho (GT) para intercâmbio de informações foi criado e já tem reunião agendada para a próxima segunda-feira (12/09). As cooperativas brasileiras que integraram a comitiva e pertencem ao GT são: Ambicoop e Sinergi, do Paraná; Ciclos, do Espírito Santo; Coopervales, do Rio Grande do Sul; Coopsolar e Bem Viver, da Paraíba; Revolusolar e Percília e Lúcio, do Rio de Janeiro; Photon, do Sergipe; e Sol Invictus, de Goiás. (Sistema OCB)

FOTO: Pixabay

 

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