FAT: Giro Rural também atenderá cooperativa e cerealista

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As garantias oferecidas pelo Tesouro para bancar parte do risco de crédito em operações com a linha FAT Giro Rural passarão a incluir os débitos dos produtores rurais com revendas de insumos, cerealistas e cooperativas. Uma medida provisória, que será editada após o próximo dia 26 de fevereiro, fará as alterações para ampliar o acesso à linha a outros segmentos credores do setor, apurou o Valor. Até agora, a renegociação só beneficiava as indústrias de insumos. Hoje, reunião entre governo, produtores e fornecedores selará o acordo sobre o Fundo de Financiamento de Recebíveis do Agronegócio. A carteira somará R$ 2,2 bilhões, e a provisão dos recursos virá inicialmente da poupança rural do Banco do Brasil e de uma linha de R$ 500 milhões do BNDES. Mesmo após um "pente-fino" para selecionar os produtores, o governo estima inadimplência de 6% ao ano nos contratos. Pelas regras estabelecidas, esse novo fundo será composto por uma taxa de adesão de 10% dos produtores e por um desconto de 20% concedido pelas indústrias sobre as dívidas das últimas duas safras, corrigidas em 12%. O Tesouro Nacional bancará os riscos acima desses percentuais entre 13% e 15%. A carteira do fundo será repassada a investidores no mercado. Os bancos Citibank e Goldman Sachs já manifestaram seu interesse pelos papéis. Com o acordo, será possível rolar as dívidas dos produtores para 31 de outubro de 2008 com juros de TJLP (6,5% hoje) mais 5% ao ano. Os valores serão quitados em quatro parcelas até 2011. Alguns produtores defendiam carência até maio de 2009 e quitação até 2012. Se pagar em dia, o produtor receberá de volta a taxa de adesão de 10% ao longo dos cinco anos, dependendo do índice máximo de inadimplência. Será um "fundo solidário", onde os produtores cuidarão para reduzir os riscos de eventuais calotes.

Dívidas - A solução será fundamental ao equacionar as dívidas privadas, já que esses débitos com os fornecedores haviam sido renegociados a juros de CDI com vencimento para este mês. O governo avalia que a medida desonera o Tesouro, inclui as indústrias na solução do problema, que poderão limpar seus balanços, e permite ao produtor liberar suas garantias atreladas às dívidas. Revendas, cerealistas e cooperativas, que já tinham honrado débitos dos produtores com as indústrias, poderão entrar no acordo. (Valor online)

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