EXPEDIÇÃO SAFRA III: Chefe do departamento alemão de Agricultura
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Birgit Risch, chefe do Departamento Internacional do Ministério da Agricultura, Nutrição de Defesa do Consumidor do Alemanha, concedeu entrevista para a equipe do Expedição Safra.
A demanda por grãos na Alemanha está saturada ou ainda há espaço para o país importar mais grãos da América do Sul?
A produção de grãos da Alemanha e da União Europeia é significativa. Por isso é que as importações não são ainda maiores. Não temos área para ampliação, mas buscamos aumento de produtividade. Nossa demanda de importação é grande sobretudo na soja, para a alimentação animal e a produção de carne. E importamos do Brasil porque sabemos que grande parte da produção não é transgênica. Sei que no Paraná essa preocupação com a produção de soja convencional ainda é seguida.
Qual a política da Alemanha em relação à balança comercial diante do Brasil? Considerando todos os produtos, as exportações brasileiras são menores?
A balança comercial do agronegócio é claramente favorável ao Brasil. Nesse aspecto, o Brasil tem um superávit gigantesco. Exporta para a Alemanha produtos agrícolas no valor de cerca de 3 bilhões de euros anuais. Em contrapartida, a Alemanha exporta 100 milhões de euros, ou seja, 30 vezes menos. O Brasil é importante para a Alemanha. Hoje, 80% do comércio agrícola da Alemanha é feito com os parceiros da União Europeia, mas, em quinto lugar entre os importadores, consta o Brasil.
Sobre os produtos brasileiros...
Os alemães estão confrontados diariamente com produtos brasileiros: café, açúcar, soja, carne. Começa cedo, de manhã, quando a gente prepara um cafezinho. A carne do almoço pode ser brasileira. E à noite tomamos uma boa caipirinha com cachaça brasileira. Os produtos são bem recebidos aqui no mercado alemão, estão presentes em todo lugar.
A Alemanha quer ampliar as exportações para o Brasil?
No setor da agricultura, temos muito a oferecer. A Alemanha é muito forte no processamento dos produtos agrícolas. A cerveja e o vinho são exemplos. Gostaríamos que houvesse mais demanda no mercado brasileiro. Também nos produtos lácteos, oferecemos vasta gama de produtos processados que também poderíamos exportar. Alemanha e Brasil podem fazer valer seus pontos fortes, trocar aquilo que têm de melhor e cooperar nas relações comerciais. (Caminhos do Campo / Gazeta do Povo)