ENCONTRO DE NÚCLEOS: Noventa participantes em Maringá
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Teve início nesta terça-feira (27/10), no auditório da Cocamar, em Maringá, mais uma rodada de Encontro de Núcleos Cooperativos, uma promoção do Sistema Ocepar, com apoio da Cocamar e Sicredi União. Com a presença de 90 participantes, entre presidentes, dirigentes, líderes, cooperados e colaboradores de cooperativas das regiões Norte e Noroeste, o evento foi aberto pelo presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski. Ao todo serão realizadas quatro reuniões destinadas a discutir a inserção do cooperativismo no mundo global, tema que será abordado pelo professor da Universidade de Bologna, na Itália, Ricardo Gefter. Também fazem parte da programação a apresentação das ações realizadas pelo Sistema Ocepar em 2009 e planejamento para 2010, a cargo do superintendente, José Roberto Ricken e do gerente de Desenvolvimento e Autogestão do Sescoop Paraná, Gerson Lauermann. O ciclo de reuniões descentralizadas se estende até sexta-feira (30/10). Também participaram deste encontro, o coordenador do Núcleo Norte/Noroeste, José Otaviano Ribeiro, o presidente da Cocamar, Luiz Lourenço, da Sicredi União, Wellington Ferreira, o superintendente da OCB, Luis Tadeu Prudente Santos e diretores do Sistema Ocepar.
Perdas - Segundo o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski, o ano de 2009 vai ficar marcado na história do cooperativismo estadual como um dos mais difíceis da história. "O setor agropecuário perdeu mais de 9 milhões de toneladas devido a problemas climáticos", comentou, observando, por outro lado, que o sistema investiu de forma mais efetiva no processo de gestão, "apertando as torneiras". Ele afirmou que os reflexos da redução da atividade econômica e da perda de renda ainda serão sentidos, possivelmente no início de 2010. Sobre o cooperativismo, Koslovski destacou o crescimento vigoroso do sistema de crédito, que garante aporte ao setor produtivo e está se estruturando rapidamente, o mesmo acontecendo com outros ramos, como as cooperativas Unimed e Uniodonto, cada vez mais fortalecidas.
Intercooperação - O dirigente cooperativista também mencionou sobre as diversas parcerias de intercooperação que estão ocorrendo em alguns setores do cooperativismo estadual, o destaque dado pelo presidente da Ocepar foi para as cooperativas que atuam no segmento de avicultura. Atuando em conjunto na logística, elas conseguem reduzir em 20% seus custos. "Temos que avançar para ter um sistema único e não apenas cooperativas isoladas", afirmou Koslovski. Sobre o Encontro, ele destacou que o planejamento da Ocepar nasce justamente de eventos como esses, em que os participantes apresentam suas ideias e sugestões. Esses apontamentos são, em seguida, levados para as cooperativas e, por fim, ao conselho da Ocepar.
Lei Cooperativista - Antes de finalizar, Koslovski deixou claro sua preocupação quanto a nova lei cooperativista, que está sendo apresentada no Congresso. Para o presidente, a lei "em nada contribui para o aprimoramento do sistema cooperativo e vai precisar passar ainda por muitas mudanças". Este, segundo ele, foi o ano em que o setor precisou mobilizar-se intensamente, sobretudo para atuar na questão do novo código ambiental brasileiro, em relação ao qual ainda não existem definições.
Estratégias - O coordenador do Núcleo Cooperativo Norte/Noroeste, José Otaviano Ribeiro, disse que o momento é importante para que as cooperativas definam suas estratégias e futuros, entendendo que o concorrente, agora, "é o mundo, e não mais as companhias que estão próximas".
Crédito - O presidente da Sicredi União PR, Wellington Ferreira, apresentou os números do sistema Sicredi no Brasil, afirmando que o mesmo já é maior que o Santander (Banespa), e com perspectivas de continuar crescendo fortemente nos próximos anos. Para Ferreira, "foi uma ideia brilhante", surgida numa reunião entre lideranças de cooperativas de crédito em Maringá, que levou à fusão da Sicredi Maringá e a Sicredi Vale do Bandeirantes, estrutura que incorporou uma parte, também, da Sicredi Norte do Paraná. Com isso, formou-se a maior cooperativa de crédito do Brasil, com 75 municípios, 50 unidades de atendimento, 34 mil associados e R$ 300 milhões de recursos e um horizonte livre para crescer. "Mas não fizemos nada além do que já é feito há muito tempo em outras partes do mundo", disse Ferreira, dando como exemplo o Rabobank, que resultou de várias fusões. E explicou: na Europa, o cooperativismo de crédito está muito adiantado em relação ao Brasil, mas lá existe a preocupação de garantir que os sistemas se mantenham sempre eficientes, para que não se perca mercado. Em agosto do ano passado, mais de 70% das operações da Sicredi Maringá eram manuais. Em agosto último, o número de operações manuais caiu para cerca de 30%, o que contribuiu para reduzir os custos. "Mas não estamos nos distanciando dos nossos associados, vamos manter a característica de garantir um atendimento personalizado e diferenciado em relação aos bancos", acrescentou Wellington Ferreira.
Palestra - Em sua palestra sobre o tema "Inserção do Cooperativismo no Mercado Global", o professor Riccardo Gefter Wondrich, da Universidade de Bologna, disse que o mercado de alimentos no mundo vem passando por um intenso processo de transformação, com segmentação de produtos em nichos e uma disputa acirrada entre grandes corporações multinacionais. Por causa disso, os produtores europeus, sobretudo os da Itália, encontram-se debilitados. A situação tende a se agravar em 2013 quando serão retirados os subsídios aos produtores. "Não podemos mais ficar financiando as distorções e a incompetência de muitos", comentou. A reação ao fim das subvenções já foi sentido recentemente em Paris, quando produtores despejaram leite nas ruas, em protesto. A tendência do mercado é a busca por produtos éticos, com produção sustentável, mas não vai haver espaço para todo mundo. Ele disse que em algumas regiões os mercados já estão saturados de produtos que oferecem diferenciais, como selos de determinadas regiões, como os queijos da Reggia Emilia. "O consumidor está entendendo que também tem obrigações", disse ele.
Previsões - Finalizando o evento, o superintendente da Ocepar, José Roberto Ricken, apresentou, entre várias outras informações, os números do setor para 2009. As cooperativas do ramo agropecuário devem fechar o ano com um faturamento de R$ 21 bilhões, menos que os R$ 22,4 bilhões de 2008, um recorde histórico. Na soma de todos os ramos, a previsão é de R$ 24,8 bilhões para este ano.
Programação - Após Maringá, o Encontro de Núcleo prossegue na terça-feira (28/10), no auditório da Coodetec, em Cascavel, tendo como anfitriã a Cotriguaçu e contará com a presença das cooperativas da região Oeste. Já o encontro da região Sudoeste será realizado na Casa da Cultura, em Capanema, no dia 29/10, com a Coagro e o Sicredi Fronteiras como anfitriãs. No dia 30/10, as cooperativas do Centro Sul se reúnem no Centro Cultural Matias Leh, na Colônia Vitória, no Distrito de Entre Rios, em Guarapuava, com a Agrária como anfitriã do evento.
Junho - A última edição dos Encontros de Núcleos foi promovida pela Ocepar no mês de junho, com a participação de 350 cooperativistas. As discussões foram em torno dos desafios para o desenvolvimento e gestão das cooperativas e abrangeram ainda questões ambientais. As reuniões aconteceram em Carambeí, Ibiporã, Palotina e São João. (Fotos e informações assessoria de imprensa da Cocamar)
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