EMERGENTES: Brasil e China fecham acordo para criar fundo de US$ 30 bi em moedas locais

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Brasil e China aproveitaram o encontro de seus governantes desta quinta-feira (21/06), na Rio+20, para fechar acordos bilaterais, com o objetivo de estimular as economias e proteger os países de um possível agravamento da crise internacional. Entre os protocolos assinados pela presidente Dilma Rousseff e pelo presidente Hu Jintao estão a constituição de fundo de "swap" de US$ 30 bilhões, a compra de jatos Legacy 650, da Embraer, pela China, o que pode render receita adicional de R$ 400 milhões à empresa, e novos investimentos chineses no setor de petróleo e na indústria brasileira de automóveis.

Fundo de “swap” - O acordo para a criação do fundo de "swap" em moeda local deve ser assinado em breve. "O governo chinês poderá sacar até o equivalente de R$ 60 bilhões e utilizar em reservas no comércio de seu país. Assim como nós poderemos sacar o equivalente em yuans", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Esse acordo permite que o Brasil saque em yuans da reserva chinesa, e que a China saque em reais da reserva brasileira. Aumenta nossa proteção em caso de agravamento da crise", disse o ministro. "Digamos que haja um travamento no crédito exterior. Tendo este swap, o nosso comercio continua girando, porque teremos moeda à nossa disposição", explicou.

Parte inicial - O protocolo é parte inicial do acordo fechado em Los Cabos, no México, há três dias, entre os cinco países que fazem parte dos Brics -além de Brasil e China, África do Sul, Índia e Rússia -, para montar um fundo de swap multilateral. "Quando os cinco países fecharem o acordo, serão US$ 4,5 trilhões em reservas reunidas", disse Mantega

Decisão comemorada - O presidente da Embraer, Frederico Curado, comemorou a decisão da China de comprar aviões da empresa. "Foi uma vitória de quase dois anos de esforços. Vai ser a primeira fábrica de aeronaves executivas da China." Segundo o executivo, a expectativa é que sejam vendidos entre 6 e 12 aviões por ano do modelo Legacy 600/650. Cada aeronave custa cerca de US$ 30 milhões. "Estamos falando de US$ 200 milhões a US$ 400 milhões por ano", estimou Curado.

Satélites - Os dois países também lançarão satélites de fabricação sino-brasileira. O primeiro, Cyber 3, será lançado em janeiro, e o segundo Cyber 4, daqui a dois anos. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse que os países aumentaram o número de estudantes que vão se beneficiar do programa Ciência Sem Fronteiras. "Hoje, temos 50 alunos estudando em universidades chinesas. Esse número subirá para 250 bolsas por ano." (Valor Econômico)

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