EMBARQUES I: Cooperativas paranaenses lideram exportações
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O aumento das exportações de produtos originários de cooperativas brasileiras no exterior é um fenômeno cada vez mais recorrente. Relatório da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) confirma tal desempenho e mostra que no primeiro semestre de 2011, o setor registrou um crescimento em receita de 37,7% nas exportações em relação ao mesmo período do ano passado.
Receita - De janeiro a junho desse ano foram exportados, em receita, US$ 2,7 bilhões, contra US$ 1,99 bilhões em relação a 2010. O Paraná, de acordo com a entidade, lidera o ranking de estados exportadores, representando 36,7% do total de produtos enviados. Em receita, o Paraná gerou nesse primeiro semestre US$ 1 bilhão, ficando à frente do Estado de São Paulo, que representou 29,7% das exportações (US$ 815 milhões) e Minas Gerais com 14,1% (386,5 milhões).
2010 - Em 2010, as cooperativas brasileiras exportaram o recorde de US$ 4.417 bilhões, 21,76% a mais do que no ano anterior. O Paraná fechou o ano na frente, com 37,11% do valor exportado, o correspondente a US$ 1,64 bilhão (+10,05%).
Pauta maior - Gilson Martins, do departamento de Gerência Técnica e Econômica da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), revela que o Estado está ampliando seu leque de exportações ano a ano. ''Em 2010, as exportações gerais de todo o sistema cooperativista estadual gerou uma receita de US$ 1,65 bilhão, US$ 54 milhões a mais do que 2009. Para este ano, a estimativa é de atingir uma arrecadação de US$ 2 bilhões'', calcula.
Produtos agropecuários - Os recordes são puxados principalmente pelos produtos agropecuários. Só no complexo soja (grão, óleo e farelo), por exemplo, o Estado movimentou em 2010 US$ 448 milhões. ''De 2006 até 2010, as exportações estaduais praticamente dobraram'', sublinha Martins. Segundo ele, uma das razões para esse destaque é o aumento da organização de produção das cooperativas, começando com a assistência técnica dada por elas no campo que, em consequência disso, incentiva a ampliação da produtividade das lavouras paranaenses.
Convidativo - José Aroldo Galassini, presidente-executivo da Coamo, afirma que o mercado de exportações de commodities está convidativo para o complexo soja, que representa 40% do que a cooperativa envia ao mercado externo. Segundo ele, a valorização do produto na Bolsa de Chicago trouxe benefícios para as cooperativas brasileiras.
Produtos industrializados - Martins, da Ocepar, comenta que o foco ainda é o envio de matéria-prima para o exterior mas destaca que as cooperativas estão investindo na industrialização de seus produtos, um nicho de mercado em crescimento. ''No ano passado, 44% da pauta de exportações do Paraná foram de produtos industrializados'', reforça Martins.
Oportunidades de mercado - O especialista destaca o tipo de produto que irá ser exportado depende exclusivamente da demanda do mercado. Europa e China, por exemplo, importam, em sua maioria, farelo de soja. ''Ficamos atentos às oportunidades do mercado. Não adianta enviar produto industrializado, por exemplo, se não houver quem compre'', explica. Martins cita o caso da Europa, que só compra matéria-prima para a produção de ração animal. Segundo ele, ante a crescente demanda por esses produtos, o cooperativismo paranaense foca seu mercado na venda de commodities (in natura), cuja produção só no segmento de grãos, por exemplo, representa 20% de tudo o que é produzido no Brasil.
Garantia de venda - Martins acrescenta que as exportações beneficiam tanto as cooperativas quanto os cooperados, que têm a garantia de venda do produto, independentemente da situação de mercado. Os principais destinos das exportações do Paraná são a China (22%), Alemanha (19%), França (8%), Japão (7%) e Holanda (5%). (Folha Rural / Folha de Londrina)