Educação Política e o fortalecimento da representação do cooperativismo no Paraná
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Na sexta-feira (25/10), teve início em Curitiba, o primeiro MBA em Liderança e Inteligência Política, promovido pelo Sistema Ocepar, por meio do Sescoop/PR em parceria com a Escola de Ensino Superior (EES) da Fundação Instituto de Pesquisa e Economia (Fipe), de São Paulo, que conta com a participação de mais de 30 alunos, profissionais de cooperativas paranaenses, dos Sistemas OCB, Ocergs e Fiep.
Durante os dois dias de aula (sexta e sábado), além dos professores Humberto Dantas e Renato Eliseu Costa o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, foi convidado especialmente para dar uma aula sobre o Programa de Educação Política e o fortalecimento da representação do cooperativismo no Paraná. Ao falar para o grupo, ele apresentou uma linha do tempo, onde relatou os principais fatos históricos para a formação do cooperativismo no Paraná e do desenvolvimento do setor.
Ricken destacou que “no ano de 1986, foi constituída a Frente Parlamentar do Cooperativismo, a Frencoop, para atuar dentro do Legislativo na defesa dos interesses no cooperativismo no Congresso Nacional. O primeiro presidente da Frencoop foi Ivo Wanderlind, deputado de Santa Catarina, ocasião que Roberto Rodrigues presidia a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB)”, frisou. Nesta época, ele atuava com funcionário da OCB e acompanhou as negociações para a criação desta importante frente em Brasília.
Segundo o dirigente, “foi um momento intenso de mobilização, pelo fato que tínhamos pela frente a eleição para dos integrantes da Assembleia Nacional Constituinte. Foi quando conseguimos, através da mobilização parlamentar, um dos avanços mais importantes e que foi um marco para o setor: o artigo quinto da Constituição que veda a não interferência estatal no cooperativismo, conforme aprovado, em 1988, durante o X Congresso Brasileiro do Cooperativismo, realizado, em Brasília”, destacou Ricken.
Junto com o Sistema OCB e as representações estaduais, a Frencoop trabalha para que os interesses das cooperativas sejam assegurados em legislações, normativos e políticas públicas. A ideia é promover um ambiente legislativo e regulatório favorável ao desenvolvimento das cooperativas. Isso pode acontecer por meio de votações de projetos ou no processo de formulação de normativos e de políticas públicas do governo. Periodicamente, a Diretoria Executiva da OCB se reúne com a Diretoria da Frencoop para a definição de prioridades.
A cada quatro anos, com as mudanças provindas pelo período eleitoral, a Frente Parlamentar é reinstalada, com uma nova composição de parlamentares. Assim, para que hoje possamos contar com uma bancada de congressistas comprometidos com a causa cooperativista, foi necessário um longo caminho de fortalecimento de representação política e institucional.
Planejamento
O presidente do Sistema Ocepar destacou, que na década de 1990, o cooperativismo lançou do primeiro planejamento estratégico para o setor, Plano Paraná Cooperativo 2000, no ano de 1996, e que previa ações para o desenvolvimento do setor. “Na sequência vieram os planos PRC100, PRC200 e agora, o novo ciclo, PRC300/500, onde pretendemos alcançar em 2030 uma movimentação econômica de R$ 500 bilhões.
Sempre nesses planejamentos, entre as várias ações e projetos, sempre priorizamos a representação institucional e parlamentar. Por isso, precisamos estar organizados, também no campo de representação política, afinal, somos impactados diretamente por leis e políticas públicas. Nós temos a organização, a educação e a inteligência. É importante vocês estarem sintonizados com o passado para nos ajudar a construir o futuro da representação cada vez mais forte. Se dediquem a esta oportunidade, vocês fazem parte de um movimento, onde a causa é nobre”, finalizou.
O programa da pós-graduação está dividido em 360 horas de atividades, sendo 320 delas distribuídas em 16 disciplinas de 20 horas cada, organizadas em dois ciclos, compostos, cada um deles, por dois módulos de quatro disciplinas. Além disso, ocorrerão palestras virtuais que, somadas, atingirão mais de 40 horas. Segundo o coordenador do curso, Humberto Dantas, “as aulas ocorrerão em 16 encontros presenciais, em Curitiba, com cada um deles durando dois dias, com 14 horas. O curso tem duração até maio de 2026”, frisou. (Texto e fotos: Samuel Milléo Filho).