CRISE: CPI DOS ALIMENTOS OUVE SUINOCULTORES PARANAENSES

  • Artigos em destaque na home: Nenhum

Aconteceu nesta segunda-feira (12), na Assembléia Legislativa do Paraná, uma audiência pública da CPI dos Alimentos, com a presença de centenas de suinocultores e lideranças do setor. A finalidade foi discutir estratégias para minimizar a crise que atinge o setor. Este é o terceiro encontro da CPI com o setor. Anteriormente já haviam acontecido reuniões em Francisco Beltrão e Marechal Cândido Rondon.

Depoimentos - A Ocepar se fez presente nesta audiência, através do assessor da diretoria, Guntolf van Kaick e pelo engenheiro agrônomo da gerência técnica, Robson Mafioletti. Segundo Mafioletti, nos inúmeros depoimentos prestados pela manhã no plenarinho da Assembléia, ficou nítido o sufoco que os produtores de suínos passam. Hoje, o custo de produção gira em torno de R$ 1,50/kg, e os produtores recebem apenas R$ 0,95/kg pela venda. Normalmente, estes animais são comercializados com 100 kg cada, resultando em prejuízo por animal de R$ 55,00, ou seja, 36,70%. Na parte da tarde os produtores irão participar da sessão no grande plenário, quando utilizaram a tribuna para manifestar suas posições sobre a crise e sensibilizar os parlamentares para uma solução. Também foi marcada para a tarde desta segunda-feira, uma audiência com o secretário da Agricultura, Deni Schwartz.

Prejuízos - O Paraná tem hoje 30 mil produtores de suínos e de acordo com cálculos da Associação Paranaense dos Suinocultores (APS), todos, sem exceção estão tendo um prejuízo de R$ 400 mil/dia devido aos baixos preços recebidos e ao descarte de matrizes. Segundo o médico veterinário da APS Região Centro-Sul, Remi Sterzelecki, "o abate de suínos em 2001 no Paraná foi de 4,81 milhões de animais, com taxa de desfrute de 90,7%", informou.

Mercado externo - Remi lembrou também que os suinocultores estão reduzindo o número de matrizes em 10% a fim de ajustar a produção à demanda. Há 1,5 ano, os produtores foram estimulados em aumentar a produção em virtude da abertura do mercado internacional ao produto. Só que os principais importadores de suínos brasileiros, como a Rússia, Argentina, Uruguai e Hong Kong. Para se ter uma idéia, há seis meses, exportava-se 1 tonelada de carne suína por US$ 1.150/ton e hoje US$ 750/ton.

Medidas urgentes - Além de suas dificuldades, os produtores apresentaram aos parlamentares da CPI dos Alimentos da Assembléia Legislativa algumas sugestões. 1) Prorrogação dos financiamentos para ampliação de instalações e aquisição de matrizes, que estão vencendo nos próximos meses; 2) Recursos emergenciais para financiamento de R$ 200 por matriz; 3) Incluir o suíno na política de preços mínimos do Governo Federal, com todos os instrumentos de comercialização que advém da PGPM, como Aquisição do Governo Federal (AGF), Empréstimo do Governo Federal (EGF), contratos de opção de venda, entre outros instrumentos. Segundo lideranças da APS, estas mesmas sugestões já foram apresentadas ao Ministério da Agricultura, Fazenda e lideranças políticas de todas as regiões e demais entidades de representação.

Varejo - O grande vilão da cadeia, segundo os produtores presentes na sessão da CPI é o mercado varejista que agrega margens de até 300% em alguns embutidos. Segundo eles, esta margem, em média, chega até 62%.

Conteúdos Relacionados