CPI DO LEITE: PRODUTORES DEFENDEM PREÇO MÍNIMO

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Produtores de leite da região de Maringá que participaram na quinta-feira (31), da penúltima audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Alimentos (CPI do Leite), pediram a criação do preço mínimo para o litro do leite. Eles querem que o governo federal adote uma política de exportação para o leite e que dispense ao setor as mesmas vantagens garantidas ao setor do café e da laranja. O preço mínimo defendido pelos produtores é de R$ 0,35. ''A cadeia produtiva do leite vale três vezes o PIB da laranja e duas vezes o PIB do café, e, além disso, tem uma importância social muito maior'', disse ontem o presidente da comissão, deputado Orlando Pessuti (PMDB).

Grandes redes - De acordo com o presidente da comissão técnica de pecuária de leite da Faep, Ronei Volpi, as grandes redes de supermercado estão ficando com a maior fatia de lucro na venda do leite e seus derivados. ''Existe uma gordura enorme entre os R$ 0,23 pago ao produtor pelo litro de leite e os R$ 0,90 que é o custo da caixinha de leite comercializado nos mercados e esta gordura quem deve eliminar são as grandes redes de supermercados'', afirmou ele ao jornal Folha de Londrina.

Organização - Dentro da cadeia produtiva do leite, todos os setores estão organizados, menos o produtor que não consegue sequer garantir um preço que cubra os custos de produção. Os produtores de leite que lotaram o plenário da Câmara de Vereadores de Maringá, onde foi realizada a audiência da CPI, apresentaram balanços dos preços de diversos insumos indispensáveis para a produção leiteira nos últimos anos e compararam com os preços do litro do leite. Antônio Carlos Carla se baseou em um relatório da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) para criticar o baixo preço do litro do leite pago ao produtor. Segundo ele, entre 1995 a 2001, os preços de 26 insumos básicos aumentaram em 59%, já o preço do litro do leite subiu 15,3%, no mesmo período. Eduardo Baggio, presidente da Associação dos Produtores de Leite da Região Noroeste, disse que a maioria dos produtores na região de Paranavaí investiu na mecanização e tecnologia, mas não estão conseguindo sobreviver com o valor pago ao litro de leite pelas indústrias. ''Não estamos entregando porcaria e sim produto de qualidade, por isso também queremos que o preço tenha qualidade e cubra nossos custos'', comparou.

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