Coordenação de Relações Institucionais publica edição especial do Informe sobre as eleições municipais
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A Coordenação de Relações Institucionais do Sistema Ocepar, vinculada à Gerência de Desenvolvimento Técnico (Getec), publicou, nessa quarta-feira (09/10), uma edição especial do Informe Semanal. O setor foi criado com o propósito de fazer o acompanhamento das matérias de interesse do cooperativismo em discussão tanto no Congresso Nacional como na Assembleia Legislativa do Paraná, das leis publicadas no âmbito do executivo (federal, estadual e municipal), além de outros temas vinculados às áreas de atuação das cooperativas do Paraná. Confira abaixo os destaques do boletim.
Eleições Municipais 2024
As eleições municipais no Brasil, em 6 de outubro, reafirmaram a resiliência democrática do país, com um processo amplamente pacífico, apesar da polarização política. Eleitores de 5.770 municípios elegeram prefeitos e vereadores, gerando implicações tanto para a política local quanto para a nacional. Embora a mídia tenha focado nos grandes centros urbanos, os resultados nos municípios menores oferecem uma visão mais ampla da direção política do país.
Para alguns analistas, as eleições municipais funcionam como um “termômetro” para as eleições gerais que ocorrem dois anos depois, uma espécie de plebiscito de meio de mandato presidencial. Por outro lado, há quem defenda que as eleições municipais seguem uma lógica distinta, na qual os candidatos, especialmente os vereadores, são escolhidos mais pela sua conexão direta com a comunidade e seus atributos pessoais do que por questões ideológicas. Para esses especialistas, as disputas locais entre prefeitos são muito mais influenciadas por dinâmicas de poder e alianças entre grupos políticos regionais do que por uma polarização política nacional. Ambas as visões têm mérito, mas a realidade observada em 2024 mostra que a polarização nacional, principalmente entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e do presidente Lula, foi limitada a algumas grandes cidades. A maioria dos municípios seguiu uma trajetória mais localista, com disputas centradas em questões práticas e alianças de conveniências locais.
O maior destaque dessas eleições foi a performance dos partidos do chamado “centrão”. O PSD, partido que tem se mostrado extremamente pragmático desde sua criação em 2011, participando de todos os governos desde então, consolidou-se como a maior força política municipal, ultrapassando o MDB, que historicamente dominava as prefeituras desde a redemocratização. Com alianças flexíveis — de centro-direita e direita no Sul e Sudeste e de centro-esquerda no Norte e Nordeste — o PSD tornou-se o partido com o maior número de prefeitos e também lidera em termos de população governada por suas administrações.
A leitura mais ampla é que, enquanto o Brasil caminha para as eleições gerais em 2026, o centrão se solidifica como a força política dominante, mantendo sua capacidade de negociação e flexibilidade ideológica. Já o PL se fortalece enquanto partido de direita no país capaz de apresentar nomes de peso nacional para a corrida presidencial. No entanto, dado o fortalecimento do centrão, tudo sugere que, no futuro próximo, o governo federal, independentemente de quem esteja no poder, precisará lidar com um bloco partidário que é fundamental para a governabilidade e que se movimenta conforme os interesses de suas bases municipais. O mapa político brasileiro em 2024, portanto, nos oferece um indicativo diferente das expectativas de polarização absoluta, o pragmatismo regional e as alianças locais continuam a ser as forças determinantes no cenário político nacional.
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O boletim da Coordenação de Relações Institucionais traz ainda dados gerais, do Paraná e recortes sobre as eleições para prefeitos e vereadores nos principais municípios paranaenses.
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