COOPERJOVEM I: Professores conhecem experiência de cooperativa escolar argentina
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O Encontro Estadual do Cooperjovem prosseguiu na manhã desta sexta-feira (23/10), em Curitiba, com palestras e a divulgação e premiação das crianças vencedoras da etapa regional do Prêmio Nacional de Redação do Programa Cooperjovem. Participam do encontro coordenadores, professores e demais profissionais ligados ao programa nas cooperativas C.Vale, Castrolanda, Cocamar, Cocari, Confepar, Copacol, Copagril, Integrada, Lar, Nova Produtiva, Sescoop/PR e Sicredi PR. Também estão presentes representantes do Colégio Cooperativa Educacional, de Foz do Iguaçu, e de cooperativas escolares da Argentina. A programação do dia começou com a palestra das professoras Silvina Daca e Silvia Alicia Roteda, que mostraram como funciona e os resultados do cooperativismo na Escola Carlos Steigleder, no município de Sunchales, província de Santa Fé, no Noroeste da Argentina.Cooperativismo na escola - As professoras relataram as atividades da cooperativa dos estudantes, que transformou a realidade da escola. Mantida e administrada pelos alunos, com a coordenação e acompanhamento dos professores e pais, a cooperativa escolar obtém recursos por meio da venda de sabonete líquido, que é fabricado pelos alunos, e também através da máquina de fotocópias e da cantina do colégio. Os recursos são depositados numa cooperativa de crédito e conforme a decisão dos alunos-cooperados o dinheiro financia melhorias na escola e ações solidárias no município. A cooperativa também organiza as aulas de reforço para os estudantes com dificuldades e auxilia em mutirões de reforma e limpeza da escola. Os dirigentes são escolhidos em eleição direta, por voto eletrônico com contagem informatizada e imediata, e durante o período eleitoral há debates entre os candidatos que apresentam suas propostas para todos os alunos-cooperados. "Não há prejuízo em termos de conteúdo escolar, porque os estudantes participam de atividades da cooperativa após o horário letivo, no contra-turno. Aqueles que estudam pela manhã, por exemplo, voltam à tarde para atuar na cooperativa", explica Silvina.
Princípios e ensinamentos para a vida - De acordo com as professoras, a cooperativa fez com que os estudantes participassem de forma ativa no dia a dia da escola, gerando comprometimento e causando até mesmo a redução de rabiscos nas carteiras e paredes. "Os estudantes aprendem que podem, através do cooperativismo, de forma democrática e consensual, construir algo melhor e percebem também que é preciso trabalho para conquistar seus objetivos. Nesse aspecto, é um aprendizado que esses estudantes levam para a vida", diz Silvina.
Apoio cooperativista - Além da coordenação dos professores e acompanhamento dos pais, a cooperativa escolar precisa do apoio das cooperativas. "A intercooperação é fundamental para o sucesso desses empreendimentos. Por isso apoiamos e buscamos expandir a experiência de Sunchales para outras cidades e países", explica Maria Angélica Zanabria, representante da cooperativa Sancor Seguros. A Sancor compra todo o sabonete produzido pelos alunos da cooperativa da escola Carlos Steigleder.