Cooperativismo participa de reunião com Alckmin sobre tarifas dos EUA
- Artigos em destaque na home: Nenhum
FOTO: Valter Campanato / Agência BrasilO Sistema OCB participou, na terça-feira (15/07), de reunião liderada pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, para discutir os impactos da tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O encontro, realizado em Brasília, reuniu lideranças do setor produtivo e representantes do governo federal para alinhar estratégias diante da medida, que entra em vigor em 1º de agosto.
A superintendente do Sistema OCB e presidente do Instituto Pensar Agro (IPA), Tania Zanella, representou o cooperativismo brasileiro na reunião. O movimento cooperativista tem presença significativa em cadeias produtivas diretamente afetadas pela decisão americana, como café, açúcar e proteína animal, além de produtos de nicho como mel, uvas e filé de tilápia. Em 2024, as exportações brasileiras para os EUA somaram mais de US$ 6 bilhões, com destaque para o café, responsável por 17% das vendas externas do Brasil para aquele mercado.
Durante o encontro, Alckmin reforçou que o governo está empenhado em reverter a decisão junto às autoridades americanas. Segundo ele, a prioridade é garantir a previsibilidade e a continuidade das exportações brasileiras, especialmente de setores com alta representatividade no comércio exterior.
Tania destacou o papel das cooperativas como agentes relevantes nas cadeias produtivas brasileiras e ressaltou a importância de um diálogo técnico e estratégico com o governo para mitigar possíveis impactos sobre o setor. “Foi essencial levar a visão do cooperativismo para essa discussão, dado o número de produtores cooperados inseridos em cadeias exportadoras estratégicas para o país. O café, por exemplo, é uma das principais commodities enviadas aos Estados Unidos e mais da metade da produção nacional passa pelas cooperativas”, afirmou.
Ela também reforçou a necessidade de políticas públicas e negociações internacionais que considerem o papel socioeconômico do cooperativismo. “As cooperativas movimentam a economia e geram inclusão social e desenvolvimento regional. Por isso, é fundamental que o setor esteja representado nessas agendas para garantir a competitividade e a sustentabilidade do nosso modelo produtivo”, completou a dirigente.
A tarifa de 50% foi anunciada pelo presidente americano, Donald Trump, como parte de um pacote de medidas voltadas ao fortalecimento do agronegócio interno dos Estados Unidos. As cooperativas agropecuárias brasileiras acompanham com atenção os desdobramentos da medida, especialmente em cadeias como café e açúcar, onde o impacto pode ser mais direto. No caso da tilápia, por exemplo, 98% do filé exportado pelo Brasil tem como destino os Estados Unidos.
Alckmin informou ainda que o governo federal poderá recorrer ao decreto regulamentador da Lei da Reciprocidade Comercial, a depender do andamento das conversas com Washington. Alternativas como o pedido de novo prazo ou a redução da alíquota não estão entre as prioridades de linhas de defesa do Governo Brasileiro. (Sistema OCB)