COOPERATIVISMO III: Cooperativismo feito de mulheres

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Na Cooperativa Copacol, com sede em Cafelândia, Oeste do Paraná, os grupos femininos se destacam na elaboração e aplicação de projetos socioambientais. Entre todas as ações, voltadas para o desenvolvimento de comunidades onde a cooperativa está instalada, dois deles chamam a atenção, ambos por oferecerem mais qualidade de vida e promoverem o crescimento pessoal dos beneficiados.

Parquinho - Na comunidade rural Santa Cruz, em Cafelândia, as crianças vão ganhar nos próximos dias um aliado e tanto para os momentos de lazer. No local, será instalado um parquinho infantil. ''A expectativa é grande por parte dos pequenos, e eu como mãe sei também o quanto isso significa'', conta Jeane Peplinski Clemente, coordenadora do grupo feminino que tem trabalhado para tirar do papel esse projeto.

Ideia - Segundo Jeane, mulher de cooperado, a ideia dessa ação surgiu dentro do curso de liderança feminina, promovido pela Copacol. ''Precisávamos desenvolver um projeto social e como eu havia sido conselheira tutelar dessa comunidade durante três anos e sabia bem das dificuldades que os moradores enfrentavam, sugeri a criação de uma área de lazer para as crianças'', relembra, contando que em Santa Cruz muitas crianças e adolescentes acabam envolvidos com álcool e drogas pela falta de um local onde pudessem se divertir.

Parceria e recursos - Para colocar em prática a ideia e transformar a realidade de cerca de 175 famílias que vivem na comunidade rural de Santa Cruz, as mulheres do grupo precisaram correr atrás de parceiros e de recursos. Realizaram eventos, bingos, feijoadas e outras dezenas de campanhas, além de contar com o apoio da prefeitura municipal. A empresa que vai construir o parquinho, feito de madeiras de eucalipto, já foi contratada e deve começar os trabalhos em poucas semanas. ''Vejo isso como uma obra social importante e que já trouxe benefícios para toda a comunidade'', ressalta Jeane, destacando que ao lado do terreno onde será construído o parquinho, em frente à escola da comunidade, a prefeitura já instalou um academia da terceira idade.

Fábrica de conservas - Em Santa Luzia, comunidade rural de Jesuítas, foi a instalação de uma fábrica de conservas que transformou a rotina de muitas mulheres. Juraci Stephani Régis, representante da fábrica, cooperada da Copacol e participante de um grupo feminino, conta que tudo começou pela insatisfação e necessidade financeira das mulheres do local. Ela lembra que, como representava o grupo feminino de Santa Luzia, recebia muitas reclamações de mulheres que diziam que não adiantava fazer um monte de cursos se depois não tinham recursos para colocar em prática o que haviam aprendido.

Escolha acertada - Junto com a cooperativa, então, estudaram uma forma de mudar a história. Analisaram que tipo de projeto seria viável para a comunidade e correram atrás de parceiros. ''A fábrica de conservas foi a escolha mais acertada porque nós já produzíamos a matéria-prima, então só faltava meios de industrializá-la'', reforça Juraci. Em parceria com órgãos como a Emater, conseguiram recursos para comprar equipamentos e colocaram a ideia em prática. Hoje são seis mulheres, associadas da Copacol, que tocam o projeto.

Oportunidade - Para Juraci, é difícil pensar a realidade delas hoje sem a fábrica. Além de melhores condições financeiras, o projeto deu a elas a oportunidade de olhar de uma outra forma para a vida, com mais esperança, mais alegria. ''É difícil pensar na nossa vida hoje sem a fábrica. A gente vem pra cá todos os dias. Dividimos nossos problemas, nossas alegrias, contamos casos, nos divertimos. Sem isso, a vida seria muito monótona'', conclui. (Folha Rural / Folha de Londrina)

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