Cooperativas do Norte vão exportar leite em pó

Cooperativas do Norte do Estado estão se preparando para exportar leite em pó para o México, África, Oriente Médio e China. A Confepar, de Londrina, responsável pela industrialização do leite produzido por outras oito cooperativas da região, integra uma trading que pretende exportar, a partir de outubro, 15 mil toneladas de leite/ano. A Serlac Trading, criada oficialmente há 90 dias, também reúne as empresas Embaré (MG), Itambé (MG), Ilpisa (AL) e Cooperativa Central de São Paulo.

Faturamento - Essa parceria representa um adicional de 10% no faturamento da Confepar, com um incremento na receita que pode chegar a R$ 1 milhão/mês. De acordo com Renato Beleze, presidente da cooperativa, inicialmente serão destinadas 170 toneladas de leite/mês para serem comercializadas no Exterior através da trading. O objetivo maior dessa relação, explicou Beleze, é consolidar o posicionamento da cooperativa no leite em pó, e tem como mais uma opção o mercado Externo, não dependendo exclusivamente do consumo interno.

Evolução - O planejamento estratégico da Confepar e das cooperativas integradas, tendo como foco o leite em pó, assim como a conquista de mercados no exterior vem apresentando resultados positivos na receita. Para este ano, a expectativa de faturamento é de R$ 119 milhões, contra R$ 84 milhões ano passado e R$ 67 milhões em 2000. Em apenas dois anos, a evolução foi de aproximadamente 80%.

Investimentos - Para atender às metas estabelecidas, a Confepar precisou fazer investimentos em equipamentos, tecnologia e qualificação de pessoal. Desde julho do ano passado foram R$ 12 milhões, aplicados principalmente no processo de industrialização, com o objetivo de sanar pontos críticos no processo de produção (volume e qualidade). Parte dos recursos foi destinada para a aquisição de um novo concentrador de leite, com capacidade para 600 mil litros dia. Esse equipamento substituiu outros dois, cuja capacidade total era de 400 mil litros/dia.

Agregar valor - Adir Salla, presidente da Cooperativa Cativa, uma das filiadas à Confepar, entende que uma das principais vantagens de parcerias como essa, é a possibilidade de se agregar valor à produção. “Estamos falando em exportação”, disse Salla, lembrando que a busca de mercado no Exterior também uma possibilidade de remunerar melhor o produtor. As 8 cooperativas que integram a Confepar representam hoje um universo de 3,5 mil cooperados.

Importador - Segundo Renato Beleze, eventualmente a trading também pode atuar como importador. Ele citou como exemplo a indústria automotiva, que hoje tem benefícios nesse sentido e pode importar a mesma quantidade exportada, com o diferencial do custo reduzido. Essa possibilidade é tratada com muita atenção, porque hoje o Brasil produz 21 bilhões de litros de leite/ano, mas o consumo já atinge a casa dos 23 bilhões de litros.

Jornal Valor Econômico – A formação da trading foi tema de uma reportagem publicada hoje (09/09) pela editoria de Agronegócio do Valor Econômico. O jornal também faz referência ao processo de integração das cooperativas de leite do Norte do Estado. Conforme a reportagem, as cooperativas passaram de balanços vermelhos para resultados positivos em apenas quatro anos, viabilizando a atividade leiteira que passava por dificuldades na região.