CONFEPAR: Integração viabiliza cooperativas de leite

  • Artigos em destaque na home: Nenhum
As cooperativas de leite do Norte do Estado estão consolidando um processo de integração que conseguiu viabilizar, em menos de quatro anos, uma atividade que estava enfrentando graves problemas financeiros. Depois de amargar resultados negativos por vários anos, em 1998 as cooperativas Colari, de Mandaguari, Cativa, Central Norte e Confepar, de Londrina, juntamente com suas filiadas, se uniram para já ano seguinte equilibrar receitas e despesas. O faturamento, que foi de R$ 59 milhões em 1999, deve atingir R$ 119 milhões este ano, registrando um crescimento superior a 100%.

Indústria unificada - Com a integração, somente a indústria da Confepar continuou operando. As demais cooperativas desativaram seus parques industriais e passaram a entregar o leite para ser processado na Confepar. Colari e Central Norte fecharam suas fábricas de imediato. A Cativa continuou funcionando até maio de 2000, mas sob a administração da Confepar. "Com isso, conseguiu-se reduzir sensivelmente os custos, operacionais e de pessoal, possibilitando um novo impulso no processo de recuperação financeira", disse Renato Beleze, presidente da Confepar.

Disputa de mercado - Antes da união, as cooperativas que hoje são parcerias disputavam o mesmo mercado e, o que é pior, brigavam no campo pelo mesmo produtor. Nessa batalha, foi preciso reduzir a margem de lucro, permitindo o surgimento de laticínios particulares, que vinham crescendo mais do que as cooperativas. Com a integração, pelo menos entre as cooperativas acabou a disputa por mercado e também pelo espaço no campo. Colari, Cativa e Central Norte ficaram responsáveis pela recepção do leite, enquanto a Confepar passou a preocupar-se com a industrialização e o mercado.

Investimentos - Para garantir o processamento do leite de todas as cooperativas, foi necessário investir em tecnologia e qualificação do quadro pessoal. A busca de novos mercados exigiu equipamentos modernos e gestão cada vez mais ousada. Desde a integração os investimentos foram de aproximadamente R$ 14 milhões. Foram recursos aplicados basicamente no processo de produção. "Estamos aprimorando o sistema de qualidade e em busca de produtividade", disse Beleze.

Fortalecimento - Na opinião de Adir Salla, presidente da Cativa, uma das cooperativas que participa da integração, sem essas mudanças a atividade poderia ter sido inviabilizada. "A centralização do comercial e o enxugamento das cooperativas foi fundamental na relação custo-benefício", disse Salla. Ele entende que o setor está fortalecido, mas ainda tem muito a ser feito, principalmente em termos de exportação.

Ocepar - O projeto de integração foi desenvolvido pela Ocepar, em parceria com dirigentes e técnicos da Confepar e suas filiadas. O engenheiro agrônomo Nelson Costa, da área técnica da Ocepar, tem uma avaliação positiva do processo, comprovada através da evolução dos números pós-integração. "Além disso, o mais importante é que a união está conseguindo agregar valor à produção, garantindo maior remuneração ao produtor".

Números - Hoje fazem parte do sistema Confepar nove cooperativas, com uma produção média de 300 mil litros de leite/dia e um efetivo de 3.500 cooperados. Os produtos são comercializados com as marcas Cativa, Confepar e Polly. Além do leite longa vida e pasteurizado, também estão operando as linhas do leite em pó e de bebidas lácteas.

FATURAMENTO

1999 

R$ 59 milhões

2000

R$ 67 milhões

2001

R$ 84 milhões

2002

R$ 119 milhões (*)

(*) Previsão
PRODUÇÃO LEITE EM PÓ

1999

1.300 ton

2000

2.506 ton

2001

5.791 ton

2002

8.000 ton


Conteúdos Relacionados