COCAMAR II: Sistema sustentável que nunca dá prejuízo

De acordo com o pesquisador do Iapar, Sérgio José Alves, o modelo de integração lavoura pecuária usado em Iporã é o cultivo de soja por dois anos em rotação de área, seguido de 30 meses com capim braquiária, voltando depois para a soja – e assim sucessivamente. “Trata-se de um sistema sustentável que em nenhum ano deu prejuízo e que em 2011, particularmente, garantiu lucro alto a quem investiu”, afirmou. Alves disse também que as áreas com integração lavoura e pecuária estão se espalhando pelo Paraná “e, em nenhum caso, está havendo desistência. Pelo contrário, os produtores investem para aprimorar a tecnologia”. Ele ressaltou também que, em função das várias atividades mantidas, não há risco de risco de o produtor “quebrar” em anos difíceis.   Após a apresentação, produtores e técnicos percorreram três estações na UDT para conferir os resultados. 

Sucesso - Segundo o engenheiro agrônomo Rafael Franciscatti dos Reis, coordenador do programa de integração lavoura, pecuária e floresta da Cocamar, o ano ruim serviu para demonstrar a importância da integração lavoura e pecuária. “Os produtores que investiram estão conseguindo pagar os custos e ainda ter uma sobra, apesar da estiagem.” Ele citou vários exemplos, entre os quais a Fazenda Santa Felicidade, em Maria Helena, que é considerada referência no assunto no noroeste do Paraná. De acordo com o proprietário César Formighieri, a colheita de soja em andamento deve fechar na média de 100 sacas por alqueire “e ainda teremos os lucros da pecuária nos próximos meses”. 

Salvação - Para o pecuarista Reinaldo Sales Ribeiro, também médico em Iporã, o sistema de integração “pode ser a salvação para os produtores da região”. Dono de uma propriedade há 17 anos, ele diz que manter a pecuária pelo método tradicional está ficando cada vez mais difícil. Há alguns anos, exemplifica, conseguia manter dez cabeças em média por alqueire, mas hoje não consegue mais do que cinco ou seis, “gerando muitos riscos”. (Imprensa Cocamar)