COCAMAR I: Preços remuneradores aceleraram venda da soja nesta safra, diz Lourenço
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O preço valorizado da soja no mercado interno, acima de R$ 50 a saca, acelerou a comercialização do grão na Cocamar de forma bem atípica, de acordo com o presidente da cooperativa, Luiz Lourenço, que falou sobre o assunto na tarde desta quarta-feira (02/05), durante visita realizada ao presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, em Curitiba. “Inicialmente, nós tivemos o problema da seca, no começo do ano, que causou uma quebra grande na nossa região, em torno de 30%. Agora, estamos tendo um outro problema que ocorre em função dos bons preços da soja. Isso provocou a comercialização muito rápida da safra. Antes não havia essa característica dos produtores fazerem a comercialização tão rapidamente como está acontecendo esse ano. Isso faz com que nós tenhamos que vender o produto no mercado e, como temos uma indústria grande, teremos provavelmente que buscar soja em outras regiões para atender a nossa demanda. Assim, acreditamos que vamos ter um segundo semestre difícil. Vai faltar soja no mercado interno. Tanto que o preço do óleo está subindo rapidamente em função dessa ausência do grão que já é notada no mercado”, afirmou Lourenço.
Expectativa - De acordo com o presidente da Cocamar, a expectativa de receber 800 mil toneladas de soja de seus cooperados foi reduzida para 500 mil toneladas, devido à quebra de safra causada pela estiagem. Já a indústria opera como o esmagamento de aproximadamente um milhão de toneladas de soja. Os preços valorizados da oleaginosa, que impulsionaram a venda antecipada da safra vão, por outro lado, ajudar a cooperativa a manter o objetivo de fechar 2012 atingindo faturamento de R$ 2,2 bilhões, contra os R$ 2,010 bilhões de 2011. De acordo com Luiz Lourenço, outro fato que deve contribuir para atingir essa meta são as aquisições de soja de terceiros.
Investimentos – Os R$ 40 milhões reservados para os investimentos da cooperativa neste ano deverão ser aplicados basicamente na melhoria das 24 unidades operacionais arrendadas junto à Corol, que atuam na venda de insumos agropecuários, recebimento e comercialização da produção. “Queremos adequá-las às condições mais modernas, adquirindo, por exemplo, uma balança pequena para caminhão. Não há balança para carreta, bitrem, tombadores e nem moegas adequadas. O secador é pequeno. Enfim, a estrutura da Corol deixava a desejar e nós ainda não temos como receber uma safra cheia lá. Vamos fazer as melhorias necessárias. Isso levará alguns anos ainda até conseguirmos deixá-la nas mesmas condições da região tradicional da Cocamar, em termos de estrutura de recebimento”, disse Lourenço.
Varejo – O presidente da Cocamar também falou sobre a participação da cooperativa no 28º Congresso e Feira de Negócios em Supermercados – APAS, de 7 a 10 de maio, em São Paulo (SP). De acordo com ele, atualmente, os produtos de varejo são responsáveis por 25% do faturamento da Cocamar. “É um percentual que está crescendo e nós esperamos superar estes 25% já neste ano. Nós deveremos lançar alguns produtos na feira. Um deles é um suco de laranja com sabor caseiro. Estávamos experimentando ele só dentro da companhia mas é um produto que vai agradar o mercado, com certeza. Deverá haver outras novidades e nós estamos tentando chegar mais no mercado, fazendo algumas alianças estratégicas com algumas redes de supermercados. Temos trabalhado bastante nesse importante segmento pois, dessa forma, estamos fazendo aquela ponte entre o produtor e o consumidor, já que fazer essa ligação é o grande ideal do cooperativismo”, finalizou.
Avanço - Em 2011, a Cocamar faturou R$ 530 milhões somente no segmento de varejo, um avanço de 47% sobre os R$ 360 milhões em 2010. Além de óleos de soja, milho, girassol e canola, a linha que vai para as gôndolas dos supermercados é composta de café torrado e moído, cappuccinos, gourmet, bebida de soja em diversos sabores e adicionada com café, sucos e néctares de frutas, maioneses, mostarda e catchup, álcool doméstico na forma gel, chás e farinha de trigo.