COASUL: Palestras com cooperados abordam manejo de solo e biodiesel
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A empresa norte-americana Archer Daniels Midland (ADM) em parceria com a Coasul Cooperativa Agroindustrial realizou nesta segunda-feira (12/09) um encontro com produtores rurais para falar sobre “Manejo de solo em sistemas de soja” e “O envolvimento da agricultura familiar no Programa Nacional de Produção e uso do Biodiesel (PNPB)”. Participaram diretores, cooperados e o departamento técnico da cooperativa, além de representantes de sindicatos.
Manejo do solo - O primeiro assunto foi abordado pelo engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Soja de Londrina, Alvadi Antonio Balbinot Junior. Ele aponta o manejo correto do solo como destaque para uma boa produção. “Nós não temos uma boa produção vegetal se não tivermos um solo de boa qualidade. Hoje a melhor tecnologia para se alcançar essa qualidade é o sistema de plantio direto. É o que tem se mostrado mais sustentável em termos econômicos e ambientais”, afirma.
Consciência – De acordo com Alvadi os produtores em geral tem a consciência de que o plantio direto é o melhor método, mas lembra de que o problema está na forma correta de fazê-lo. “Encontramos problemas com a falta de rotação de culturas, cobertura de solo e em alguns casos o excesso de revolvimento do solo. O último ocorre principalmente no plantio de pastagens anuais e coberturas de inverno realizadas com grade”, relata.
Benefícios – O palestrante destacou vários benefícios de se aplicar o plantio direto. Em termos econômicos ele salientou que diminui o uso excessivo de máquinas agrícolas na propriedade. “Isso gera uma queda na depreciação de máquinas e menor consumo de combustíveis. Tudo isso impacta no custo de produção do agricultor”, lembra. Já o meio ambiente também ganha. O plantio direto reduz consideravelmente a erosão de solo, evitando o assoreamento de rios e a perda de nutrientes. Além disso, Alvadir conta que o método permite uma maior biodiversidade de micro-organismos.
Biodiesel – A segunda palestra com Ronaldo Perez, da Universidade Federal de Viçosa e também coordenador do projeto de Biodiesel, tratou do desenvolvimento da agricultura familiar no Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel. Segundo ele hoje o programa está em expansão. “As empresas hoje estão consolidadas, o desenvolvimento da agricultura familiar está cada vez maior, ano a ano a produção de biodiesel tem sido ampliada e a forma de comercialização em leilões teve aprovação e deve continuar. A expectativa é de aumento de produção para os próximos anos”, conta Perez.
Agricultura familiar - Hoje, a participação da agricultura familiar na produção de biodiesel conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é de 20%. Mas, como acredita Ronaldo, este percentual tende a crescer, já que é cada vez maior o número de cooperativas com mais de 70% do quadro social que acessam a Linha Pronaf do Governo Federal, participando do programa. Em 2010 este número chegou a 59.
Soja – O papel do grão na produção de biodiesel hoje é fundamental. O índice chega a 80%. E isso, para Ronaldo Perez, é um importante fator para que os produtores da agricultura familiar aumentem sua contribuição com o programa.
Produtor só ganha – O produtor que participa do PNPB tem diversos ganhos com a ação. “O valor de comercialização é maior, cenário com contratos pré-estabelecidos e volume de grãos a ser comercializado e recebe também maior nível de assistência técnica, permitindo aumentar sua produção e assim a renda familiar”, completa.
Próximos anos – A expectativa para os próximos anos segundo Perez é de que a taxa de biodiesel na mistura do Diesel deve subir para 10%, demandando assim maior produção e por consequência participação e entrega de matérias-primas. (Imprensa Coasul)