COAMO: Armazenagem e frete são os grandes problemas da safra, avalia Galassini

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A armazenagem de grãos e o custo com o frete são apontados pelo presidente da cooperativa Coamo, José Aroldo Galassini, como os principais entraves dessa safra. Ele falou sobre o assunto na manhã desta sexta-feira (05/03), em Curitiba, durante visita realizada ao presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski. "A grande problemática é a logística. Falta de armazéns e o valor do frete. A Coamo mantém diariamente mais de 1500 caminhões bitrem na estrada, levando os grãos recebidos dos cooperados para o porto, para as indústrias e outros armazéns onde há espaço. Mesmo assim, temos grande dificuldade de armazenagem. Estamos alugando armazéns. Já o frete, saindo de Campo Mourão (sede da cooperativa) para o porto de Paranaguá, varia de R$ 35 a R$ 88 a tonelada. É um absurdo", afirmou Galassini. Ainda de acordo com ele, a cooperativa Coamo espera receber nessa safra cerca de 5,5 milhões e meio de toneladas de grãos, entre soja, milho e outros produtos, mas possui capacidade instalada de 4,05 milhões de toneladas.

Margem menor - Segundo Galassini, a preocupação com a estocagem dos grãos é maior nesta safra devido ao aumento da produção e da produtividade. "Nós temos um ano importante, uma safra boa, com altas produtividades em soja e milho, principalmente, e eu acho que os volumes vão ser muito expressivos. O nosso recebimento está muito grande, com participação maciça dos cooperados", disse. Outro aspecto positivo registrado nesse ano refere-se aos custos de produção. "Tivemos uma redução quanto aos insumos, principalmente de adubo e de alguns herbicidas, em relação ao ano anterior. Há certas formas de adubo que caíram 40%", disse. Por outro lado, o presidente da Coamo ressalta que os preços da soja e do milho despencaram nessa safra. "O seja, temos um custo menor, uma produção maior e um preço mais baixo. Então, fazendo um balanço é provável que o produtor pague suas contas, mas em termos de margem de lucro, caiu bastante", acrescentou. 

Plano Safra - Em relação ao Plano Safra 2010/11, Galassini espera que o governo federal aumente a verba para os financiamentos de custeio, investimento e comercialização. No ciclo anterior foram destinados R$ 107,5 bilhões para a agricultura empresarial e familiar. "Todo ano a agricultura precisa de recursos. Dessa forma, considero bom se houver um aumento de 15% a 20% no volume em relação ao ano passado", afirmou. Em sua avaliação também é necessário promover melhoria no seguro agrícola. "O seguro está indo bem. O governo adotou, mas as seguradoras ainda estão utilizando produtividades muito baixas em relação à soja e milho. Assim, é preciso ocorrer uma frustração muito grande para a pessoa ter acesso à cobertura. O governo e produtor estão fazendo todo o esforço, mas os agricultores não estão usufruindo desse benefício em caso de frustração. Por isso é preciso haver uma evolução nesse seguro", completou o presidente da Coamo. 

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