CANA-DE-AÇÚCAR: Roberto Rodrigues propõe fim de corte manual

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Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e co-presidente da Comissão Interamericana do Etanol, propôs nessa quinta-feira (17-05), o fim do corte manual da cana-de-açúcar. "O trabalho do cortador de cana é pesado e tem que ser abolido", afirmou Rodrigues, durante seminário em Ribeirão Preto (SP), cuja região é a maior produtora de cana do país. A mesma proposta foi apresentada por Rodrigues anteontem na primeira reunião da Comissão Estadual de Bioenergia montada pelo governador José Serra.  Segundo o ex-ministro, toda a colheita de cana já deveria ser mecanizada - uma lei estadual prevê o fim gradativo do corte manual até 2031.

Áreas não propícias - Rodrigues disse que a área plantada no Estado cuja colheita não pode ser mecanizada, por ter topografia irregular demais, não ultrapassa 10% do total. Nessas áreas, disse ele, poderiam ser desenvolvidas a plantação de frutas, extração de borracha ou produção de madeira, com a qualificação e o aproveitamento dos atuais cortadores de cana nessas atividades. "Se o Estado montasse um programa de substituição de cultura por essas três atividades, que permitem a agregação de valor, a gente treinaria essa mão-de-obra para sair do corte de cana e cuidar de outras culturas", afirmou. Rodrigues disse ainda que a humanização do setor teria grandes chances de sucesso porque poderia contar com a participação das cooperativas de fornecedores de cana que já atuam nessas regiões.

Redução da monocultura - Rodrigues sugeriu que o governo paulista crie um programa para estimular essas mudanças no setor canavieiro: "O governo pode criar proposta de financiamento e com isto matamos três coelhos com uma cajadada só: elimina o corte manual, cria atividade que agrega renda ao trabalhador e ao agricultor e reduz a concentração de monocultura". O ex-ministro defende que essas mudanças sejam implementadas neste momento para aproveitar a expansão do setor canavieiro. Por meio de nota, a assessoria de imprensa do governo informou que a proposta do ex-ministro vai ser estudada pelo conselho "com muito cuidado". (Folha de São Paulo)

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