Campo questiona mudança no IR

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Os produtores rurais vão acirrar a briga contra a cobrança de 1,5% de Imposto de Renda sobre a comercialização de produtos agropecuários imposta pela Medida Provisória º232, de dezembro de 2004. Em reunião nesta quinta-feira com as federações estaduais da Agricultura e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) decidiu buscar o apoio de todas as entidades de classe, de patrões e de trabalhadores, pela conseguir a revogação de parte da MP publicada. "Os efeitos da MP transcendem o setor agropecuário e a bancada ruralista", afirmou o presidente da CNA, Antonio Ernesto de Salvo. De acordo com ele, haverá uma rodada inicial de conversas com representantes das confederações da indústria (CNI), comércio (CNC), transportes (CNT) e dirigentes lojistas (CNDL) para pressionar o governo a negociar mudanças no texto da medida.

Estudo - Um estudo realizado pela CNA sustenta que a tributação dos 20 principais produtos do setor elevariam o pagamento de IR de R$ 1,5 bilhão para R$ 2,015 bilhões. Cerca de 1,83 milhão de produtores passariam a pagar imposto de renda. Atualmente, o número é bem menor: apenas 237,8 mil apresentam declaração anual. Pelo texto da MP, todas as vendas superiores a R$ 1.164 têm de ser tributadas em 1,5%, sem distinção da renda anual total do produtor. "É como se o governo cobrasse imposto do salário mínimo. É um peso extra e injusto", afirma o presidente da CNA. Conforme ele, produtores familiares, hoje isentos de declarar IR, terão sua renda tributada. Um exemplo concreto apresentado pelo chefe do Departamento Econômico da CNA, Getúlio Pernambuco: um produtor de leite com ordenha diária de 75 litros, considerada pequeno, pagará IR. "E só terá a devolução no ano seguinte", diz. "É um empréstimo compulsório do produtor rural ao governo", afirma Salvo. (Fonte: Valor Econômico)

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