CAMINHOS DO CAMPO: Ministério e OCB validam números da Expedição
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Ao final da sondagem realizada no Cerrado Brasileiro, a Expedição Caminhos do Campo/Gazeta do Povo constatou que a mais nova fronteira agrícola do país tem potencial para triplicar a área de grãos. Juntos, Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia, que plantam hoje 3,5 milhões de hectares de soja e milho, podem incorporar mais 6,5 milhões de hectares. A estimativa considera o histórico de 10 anos, estatísticas de instituições públicas e privadas, e, principalmente, o levantamento a campo, feito pela Expedição com produtores e outros agentes da cadeia do agronegócio.
Avaliação - A projeção foi validada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Os dados foram apresentados ontem (06/03), em Brasília, ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Na avaliação do ministro, "essa nova fronteira, necessariamente, vai acontecer". Ele acredita que o ritmo desse avanço vai depender de preço e mercado, e que isso será inevitável, com ou sem a participação do governo. Stephanes destaca, no entanto, que o poder público tem consciência de que precisa criar as condições para que isso ocorra.
Certeza - Ainda mais enfático, o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, diz que o aumento de 6,5 milhões de hectares estimado pela Expedição "é liquido e certo". O dirigente entende que o crescimento da agricultura no Cerrado tem relação com questões naturais, de maturidade das discussões ambientais e conscientização da opinião pública. "O Cerrado cultivado é mais sustentável", defende Freitas.
Legislação ambiental - A previsão de aumento da área cultivada nas regiões Central e Centro-Norte do país leva em conta o respeito à legislação ambiental, das áreas de reserva legal e de preservação permanente. O porcentual de proteção vai de 20% a 50% da área dos módulos rurais, dependendo da localização. Existem regiões produtoras dentro da Amazônia Legal em que as restrições são maiores.
Infra-estrutura - A ampliação da agricultura no Cerrado não depende apenas da vontade do produtor. Robson Mafioletti, da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), alerta para as condições de infra-estrutura da região, determinantes na consolidação da nova fronteira. "Além de preço e mercado, é preciso discutir variáveis como pesquisa, investimento em logística de transporte e armazenagem." De acordo com o analista, são essas condições que vão determinar a intensidade dessa transformação.
Regiões percorridas - Na viagem ao Cerrado a equipe da Expedição Caminhos do Campo percorreu 9 mil quilômetros, visitou quatro estados, 18 municípios e o Distrito Federal. O projeto é uma realização do jornal Gazeta do Povo, e tem o apoio do sistema Ocepar e da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Para acompanhar o trabalho acesse: www.gazetadopovo.com.br/expedicaocaminhosdocampo (Gazeta do Povo)