CAFEICULTURA: Funcafé financia renovação de lavouras

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Pela primeira vez depois de 14 anos, a cafeicultura deverá receber investimentos do governo para a renovação das lavouras. Dos R$ 2,4 bilhões previstos no orçamento do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira) para 2008, R$ 240 milhões deverão ser destinados à renovação dos cafezais e em inovação tecnológica dos parques industriais do setor. Nos últimos anos, mais de 95% dos recursos do Funcafé foram destinados ao financiamento do custeio, colheita, estocagem e pré-comercialização. Concentrados nas mãos do setor produtivo, esses recursos geraram forte polêmica no ano passado, colocando em lados opostos cafeicultores e indústrias, estas apoiadas pelos exportadores.

Produtividade - Mas com a aprovação desses recursos para investimentos, os ânimos se acalmam por ora, uma vez que toda a cadeia se beneficia. "Com boa parte dos cafezais velhos, a produtividade das lavouras fica mais baixa. Essa renovação estimulará maior produtividade no campo", diz Nathan Herszkowicz, diretor da Associação da Indústria do Café (Abic). Esses recursos, aprovados durante reunião do CDPC (Conselho Deliberativo da Política do Café) no início de fevereiro, ainda depende da aprovação de voto no CMN (Conselho Monetário Nacional). Um grupo de trabalho será criado para discutir como esses recursos serão utilizados.

Custo - Os custos de renovação dos cafezais são altos, em torno de R$ 2 mil por hectare. Com um total de 2,1 milhões de hectares plantados com café no país, o ideal é que pelo menos 10% da área seja renovada por safra. No entanto, menos de 3% tem recebido investimentos nos últimos anos, afirma Gilson Ximenes, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC). "O certo mesmo é arrancar as árvores de café a cada 15 a 20 anos", afirma ele. (Valor Econômico)

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