CAFÉ I: Produtor consegue preço recorde no Concurso Café Qualidade Paraná

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O produtor Ernesto Sene de Ibaiti, região norte do estado, recebeu um lance recorde na final do Concurso Qualidade Café Paraná 2006 realizado ontem em Apucarana. O agricultor vai receber R$ 1.450 pela saca de 60 kg de café, quase seis vezes mais que a média de mercado. Sene foi o segundo colocado na categoria café natural, vencida pelo cafeicultor Valtamir Mezzomo, de Salto do Itararé.  O lote de Mezzomo não recebeu lances porque ele vai participar do leilão nacional da Associação Brasileira de Indústria de Café (ABIC), que acontece no final deste mês no Espírito Santo. Sene e outros dez agricultores, que venceram etapas regionais antes de participar da final estadual, foram classificados de acordo com o valor do lote arrematado no leilão. Com a experiência de 50 anos trabalhando com café, seu Sene diz que o segredo para o segundo melhor café do Paraná é “um pouquinho de trabalho”. Ele também diz que segue direitinho as orientações dos funcionários da Emater e do IAPAR que repassam as novas tecnologias do campo. “Eu venho acompanhando o trabalho do pessoal da Emater e do Iapar há muitos anos e eles sempre trazem idéias novas para a gente. È só pegar e por em prática”, explica o agricultor. Sene tem um sítio de 9 hectares onde planta basicamente café e mora com a família.
 
Arremate - Um consórcio formado por sete empresas arrematou o lote do agricultor de Ibaiti. Entre elas cooperativas, como a Corol de Rolândia, e empresas torrefadoras, como a Cacique Café Solúvel de Londrina. Essas empresas arremataram outros lotes do leilão, como a Cooperativa Cocamar de Maringá, que comprou do agricultor Gumercindo Vicente Raia o terceiro lote mais caro da categoria café natural por R$ 601. Até o quinto colocado na mesma categoria, o agricultor Rold Cheida Pereira, de Mandaguari, recebeu um valor bem acima da média de mercado, R$ 500 pela saca. Os valores desse ano foram bastante superiores até em relação a final do concurso do ano passado, quando o lote mais caro foi arrematado por R$ 430. O valor pago pela saca de Sene foi superior até a saca mais cara do Concurso Estadual de Minas Gerais, o maior produtor brasileiro de café e que produz grande quantidade de café de qualidade superior. O vice-governador do Paraná, Orlando Pessuti, e o Secretário Estadual de Agricultura e Abastecimento, Newton Pohl Ribas, compareceram a final do evento, que reuniu mais de 200 agricultores e técnicos. O Presidente do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), autarquia vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, José Augusto Teixeira de Freitas Picheth e o pesquisador do IaparArmando Androciolli Filho também estavam presentes a cerimônia. Para Armando, “todo o setor da cadeia produtiva do café compreendeu o espírito do concurso e contribuiu para que o resultado desse ano fosse um grande sucesso”. O pesquisador acredita que o excelente preço pago no leilão é fruto da tecnologia usada no Paraná com um sistema mais intensivo de produção com o café adensado, o uso de variedades de porte baixo resistentes a ferrugem, além da colheita no pano e a colheita seletiva de frutos maduros. Androciolli também destaca o papel fundamental da Emater e das Cooperativas que difundiram a tecnologia gerada pela pesquisa, como do Iapar.
 
Prêmio - Para Gabriel Bartolo, Presidente do Consórcio Brasileiro do Café, o preço que os produtores obtiveram neste concurso é o prêmio que deve ser pago pela qualidade do produto. “As indústrias sabem que o café que eles compraram é de excelente qualidade e existem consumidores que estão dispostos a pagar mais caro por isso”, saliente Gabriel. Ele também acredita que o café paranaense tem condições de competir de igual para igual com os cafés de outros estado e a prova disso é o preço maior da saca estadual. O coordenador da comissão organizadora do Concurso, Paulo Fanzini, acredita que independente dos bons resultados do Concurso, ele foi importante para três fatores: a legitimação da qualidade do café paranaense, a inserção do café paraense no grupo dos melhores do Brasil, e a integração cada vez maior de todos os elos da cadeia produtiva do setor cafeeiro. (Imprensa Iapar)

 

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