ANIVERSÁRIO: Ocepar, 40 anos construindo um Paraná cooperativo
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{gallery}noticias/2011/Abril/1/20114115438/{/gallery}Há exatos 40 anos, representantes de 34 cooperativas do Paraná se reuniram em Curitiba para o III Encontro de Dirigentes Cooperativistas e para Assembleia Geral. Nascia, então, no dia 2 de abril de 1971, a Ocepar - Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, tendo como missão representar e defender os interesses do sistema cooperativista paranaense perante as autoridades constituídas e a sociedade, bem como prestar serviços adequados ao pleno desenvolvimento das cooperativas e de seus integrantes. A Ocepar passou também a exercer funções de sindicato patronal das cooperativas paranaenses desde 1997. É a unidade da Organização das Cooperativas Brasileiras - OCB no Estado do Paraná.
Sistema - Hoje, além da Ocepar, integram o Sistema no Paraná o Sescoop e a Fecoopar. O Sescoop Paraná, órgão estadual do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo, passou a funcionar em 21 de setembro de 1999. Tem personalidade jurídica de direito privado e atua no monitoramento, na formação profissional e promoção social no âmbito das cooperativas paranaenses. É um importante instrumento de modernização empresarial das sociedades cooperativas, aumentando a agilidade e competitividade das cooperativas no mercado e contribuindo para a capacitação e integração social dos dirigentes, cooperados, jovens, colaboradores e familiares.
Sindicatos - A Fecoopar é uma entidade que congrega os sindicatos patronais de cooperativas. Apoia os sindicatos filiados nas ações de natureza trabalhista, mediante análises de pautas de reivindicação, oferecimento de contraproposta, negociação e fechamento de acordos e convenções coletivas de trabalho.
Raízes - Baseado na doutrina e filosofia cooperativista internacional e agrupando mais de 630 mil associados, o cooperativismo paranaense tem suas raízes nos pioneiros esforços cooperativistas nas comunidades de imigrantes europeus, que procuraram organizar suas estruturas de compra e venda em comum, além de suprir suas necessidades de consumo, eletrificação rural e crédito através de sociedades cooperativistas. Participando dos diversos ciclos econômicos do Estado do Paraná, as cooperativas expandiram as fronteiras agrícolas e passaram a desenvolver-se também no meio urbano nas áreas da saúde, trabalho, turismo, crédito, consumo, educação e habitação. As 236 cooperativas registradas na Ocepar - Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná, envolvem mais de 2,2 milhões de paranaenses que participam efetivamente, por sua força conjuntural, do desenvolvimento econômico e social do Paraná, com o qual estão comprometidas por sua própria filosofia de trabalho. Geram mais de 1 milhão e 400 mil postos de trabalhos e reúnem os mais diversos segmentos econômicos, no campo e na cidade.
Ramos - Hoje, o sistema representa 13 ramos do cooperativismo, agropecuário, saúde, crédito, educacional, especial, consumo, infraestrutura, habitacional, mineral, produção, trabalho, transporte, turismo e lazer. No ramo agropecuário são 82 entidades que respondem por cerca 54% da economia do agronegócio regional e mais de 900 mil postos de trabalho. Em 2010, as cooperativas agropecuárias do Paraná fecharam seu ano contábil com um faturamento da ordem de R$ 21 bilhões. Setor que participa de forma efetiva em todo o processo de produção, beneficiamento, armazenamento e industrialização agropecuário, fazendo com que o cooperado seja um agente ativo no mercado interno e externo, bem como nas ações sociais em sua comunidade. A movimentação financeira do sistema cooperativista paranaense em 2010, incluindo o ramo agropecuário foi de R$ 28 bilhões.
Difusão de tecnologia - Com seu desenvolvimento, as cooperativas passaram a ser importantes instrumentos de difusão de tecnologias e implementadoras de políticas desenvolvimentistas, agindo também como elo de ligação entre o produtor rural e o governo. Isto ocorreu com a difusão do crédito rural, armazenagem, manejo e conservação de solos, manejo integrado de pragas, assentamento de agricultores, agroindustrialização, entre outros, e levou o Paraná à liderança nacional de produção e produtividade agrícola, transformando as cooperativas em agentes de desenvolvimento econômico e social. Hoje, as cooperativas são, em muitos municípios do Paraná, a mais importante empresa econômica, maior empregadora e geradora de receitas, atuando em perfeita sintonia com a coletividade, atendendo cerca de 1/3 da população rural do Estado. Com a integração dos produtores em cooperativas, organizou-se também a produção e, com isso, reduziram-se os agentes de comercialização, aumentando a eficiência dos mecanismos de arrecadação tributária do Estado, o que torna as cooperativas, importantes instrumentos na execução da política fiscal do governo.
A força dos pequenos - A expressiva participação dos pequenos e médios produtores (área até 50 ha) nos quadros sociais das cooperativas, representando 77% do total, evidencia a importância das cooperativas para essa faixa de produtores, que são normalmente os menos favorecidos. A integração das cooperativas e a agregação dos interesses dos produtores rurais permitiram a montagem de uma infraestrutura fantástica de armazenagem da produção, sendo a participação das cooperativas no total da capacidade estática de armazenagem do Estado, de 55%. No ano de 2010 foram investidos cerca de R$ 1 bilhão, deste total, boa parte foram destinados única e exclusivamente para armazenagem.
Agroindústria - A vocação agropecuária do Paraná oferece um grande potencial para o desenvolvimento do setor agroindustrial, face à disponibilidade de matérias-primas, de energia, à infraestrutura para escoamento da produção, à proximidade aos grandes centros de consumo e pela capacidade empreendedora do seu povo. Por outro lado, a expansão da agropecuária está limitada pela ocupação total da fronteira agrícola, portanto, o crescimento da produção depende da melhoria da produtividade, e da agregação de valores aos produtos primários, via agroindustrialização. Outro aspecto que merece citação é a diversificação das cooperativas, operando com todos os produtos agrícolas importantes da economia paranaense, além de serem pioneiras na implantação de novas culturas e projetos.
Mola propulsora - Assim, a agronegócio tem se apresentado como a mola propulsora para a transformação do Estado de exportador de matérias-primas em exportador de bens de consumo, aproveitando o potencial disponível. As cooperativas agropecuárias se constituem em elemento fundamental para implantar novos projetos pois, através delas, suas ações no setor resultam na agregação de valores sobre o produto primário retornando ao produtor, que por sua vez poderá reinvestir na atividade produtiva garantindo, com isso, a oferta de matérias-primas em níveis permanentes e, ao mesmo tempo, desenvolvendo o meio rural.
Crédito - As cooperativas de crédito atuam em diversos setores da economia. No Paraná, há três sistemas de crédito organizados em centrais: Sicredi, Sicoob e Unicred. As cooperativas Sicredi estão filiadas à Cooperativa Central de Crédito do Paraná - Sicredi Central, e são acionistas do Bansicredi - Banco Cooperativo Sicredi; as cooperativas do sistema Sicoob, atuando principalmente junto ao público urbano, estão filiadas à Sicoob Central Paraná e são acionistas do Bancoob - Banco Cooperativo Brasileiro; e as Unicred's, formadas principalmente por profissionais da área da saúde são filiadas à Unicred Central. Há ainda cooperativas de crédito urbano e rural não vinculadas às centrais. Hoje, o sistema de crédito reúne 64 cooperativas no Paraná com mais de 375 mil cooperados e com R$ 6,1 bilhões de ativos e uma movimentação financeira de R$ 3,1 bilhão. As cooperativas de saúde atendem mais 1 milhão e 350 mil usuários no Paraná, setor fundamental em seguro saúde.
Solo fértil - "O futuro é aquilo que a gente semeia. Na época da constituição da Ocepar, a gente colocou uma semente que caiu em solo fértil. A organização soube acompanhar os bons momentos de desenvolvimento da nossa economia e se preparou para atender as seus afiliados, montando uma estrutura administrativa adequada", afirma Guntolf van Kaick, primeiro presidente da Ocepar e atual assessor da diretoria. Van Kaick considera a Assocep uma conquista importante, "que evoluiu para o Sescoop", complementada pela Fecoopar. "Eu acredito que tivemos a felicidade de semear uma semente com um DNA de bom conteúdo e está repercutindo no cooperativismo, que é um movimento essencial para o desenvolvimento econômico do estado, conclui o ex-presidente.
Organização e disciplina - "A razão central do sucesso é a sua organização, o seu disciplinamento", afirma o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski. Ele reputa essa atuação bem sucedida à aglutinação das cooperativas em torno da organização central. "Eu costumo dizer que se a Ocepar é hoje reconhecida como uma entidade que tem um bom trabalho no cooperativismo do Estado, isso se deve à continuidade das gestões dos diversos presidentes. Houve seriedade, competência, muita determinação e algumas pessoas colocaram até recursos próprios para viabilizar o trabalho da Ocepar, o que demonstra que o espírito cooperativista sempre esteve acima de qualquer interesse econômico", frisa Koslovski.
Trabalho construtivo - Segundo ele, essa aglutinação dos interesses das filiadas em torno da Ocepar tem permitido a realização de um trabalho construtivo, "o planejamento estratégico e o trabalho de autogestão que estamos fazendo desde 1991. São diretrizes de uma atuação que permitiu essa organização. Tivemos, além da sorte, competência das diretorias, o que possibilitou esse crescimento da Ocepar e do cooperativismo". Para o presidente da Ocepar, o apoio inconteste dos presidentes, dirigentes e colaboradores das cooperativas ao trabalho da Ocepar foi essencial para o desenvolvimento do sistema. Koslovski cita que a centralização da discussão dos problemas das cooperativas na Ocepar dá credibilidade à organização para obter êxito nas suas principais reivindicações.