ALGODÃO: Transgênico beneficiará pequena propriedade
- Artigos em destaque na home: Nenhum
Os pequenos produtores de algodão serão amplamente beneficiados com a permissão do plantio de sementes transgênicas, afirma o presidente da Associação dos Cotonicultores do Paraná, Almir Montecelli. Segundo Montecelli, que também é presidente da Cooperativa Central de Algodão, com sede em Ibiporã - região de Londrina -, o setor espera uma retomada no plantio de algodão por pequenos produtores que abandonaram a cultura em função das dificuldades no controle de pragas, o que exigia, muitas vezes, até 14 aplicações de defensivos. “Para o pequeno produtor, especialmente aquele que se utiliza de tecnologias mais simples, como o pulverizador costal, o custo de produção do algodão convencional ficou inviável e de grande risco para a saúde. Agora, o algodão volta a ser uma atividade com custo acessível e de menor risco para a saúde”, frisou o presidente da Acopar.
Pequenos - Montecelli lembra que, atualmente, o Paraná tem cerca de mil pequenos produtores de algodão e que a retomada no plantio, agora com variedades transgênicas, ocorrerá gradualmente. Para isso, as instituições de pesquisa públicas e privadas também devem colocar no mercado sementes transgências. “A Coodetec (cooperativa central de pesquisa) já tem licença para produzir variedades transgências e está atuando nessa direção. Esperamos que o mesmo ocorra com o Iapar, pois isso poderá beneficiar especialmente os produtores mais dependentes de tecnologias”, frisou. O dirigente lembra que a permissão do plantio de variedades transgênicas recuperou a cotonicultura em países em desenvolvimento, como a Índia e a China, que tinham reduzido drasticamente a cultura em função do elevado custo de produção do algodão convencional.
Retomada - O Paraná, que atualmente planta apenas cerca de 10 mil hectares de algodão, que já produziu 29,1% da produção nacional, enquanto o Mato Grosso, que produzia apenas 8,1% na safra 95/96, hoje detém mais de 50 % da produção. Para o presidente da Acopar, Almir Montecelli, a possibilidade de plantar algodão transgênico permite ampliar a produção, o que beneficiará especialmente os minis e pequenos produtores que não têm acesso a máquinas modernas e sistemas de produção de alto custo. “É uma forma não apenas de agregar renda a esses produtores, mas também de devolver ao Paraná uma cultura de importância econômica para abastecimento interno e exportação. E também de favorecer a produção de algodão orgânico, uma atividade que está adquirindo importância entre os pequenos produtores”, conclui Montecelli. (Apasem)