ÁGUAS DO AMANHÃ: Ocepar apresenta ações ambientais do cooperativismo
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{gallery}noticias/2011/Fevereiro/23/2011223161429/{/gallery}O superintendente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, participou na tarde de terça-feira (22/02) de mais uma edição do Fórum Águas do Amanhã, no Teatro HSBC, em Curitiba. O evento - o segundo de uma série de quatro encontros técnico-temáticos promovidos pelo Grupo Paranaense de Comunicação (GRPCom) -, reuniu entidades ligadas a indústria, agropecuária, comércio e serviços para discutir a gestão da água na bacia do Alto Iguaçu. Ricken apresentou aos participantes as ações ambientais que o cooperativismo paranaense realiza, em específico os projetos do ramo agropecuário. Recuperação e preservação de nascentes, plantio de mata ciliar, reaproveitamento de água, recolhimento de embalagens de agroquímicos, reutilização de dejetos, por meio de biodigestores, além de abrangentes programas de conscientização ambiental voltados às crianças e jovens. "Promover o desenvolvimento sustentável, em todos os ramos de cooperativas, tanto no meio urbano quanto rural, é compromisso do setor. O cooperativismo busca desenvolver seus cooperados, familiares e as comunidades, de forma sustentável nos aspectos econômicos, sociais e na qualidade de vida", disse.
Desenvolvimento sustentável - O superintendente da Ocepar ressaltou que as ações de preservação e utilização racional do meio ambiente já são uma realidade no campo. "No Paraná, mais de 90% das áreas utilizadas na agricultura adotam o plantio direto, que melhora a fertilidade e reduz expressivamente a perda de solo e água. O engajamento dos produtores no plantio de mata ciliar é cada vez maior. O homem do campo sabe da importância da água e do meio ambiente para sua atividade e se intensificam nas cooperativas programas de curto, médio e longo prazo, buscando o desenvolvimento sustentável", enfatizou.
Parcerias em busca de soluções - De acordo com Ricken, as cooperativas atuam em conjunto com governos e iniciativa privada em inúmeros projetos ambientais. "O setor está aberto a novas parcerias e soluções para a produção sustentável", afirmou. Mas ressaltou que a pressão constante da legislação ambiental sobre os produtores precisa ser racional, caso contrário inviabilizará a agricultura brasileira. "A demanda por alimentos no mundo vai crescer 20% nos próximos dez anos. O Brasil responderá por 40% deste total", lembrou. E mostrou alguns exemplos sobre a necessidade de água na produção agropecuária. "Para se produzir 1 kg de carne é preciso 15.500 litros de água; a produção de 100 gramas de chocolate requer 2.400 litros de água; para 1 xícara de café, são necessários 140 litros de água. Produzir alimentos demanda consumo de água. As pessoas não deixarão de consumir, então é importante estabelecer regras ambientais adequadas e racionais", ressaltou.
Contrapartidas das cidades - Sobre os problemas no Alto Iguaçu, Ricken reafirmou a proposição das cooperativas de contribuir no esforço coletivo para recuperar a bacia, mas enfatizou a necessidade de contrapartidas do meio urbano. "O que polui o Rio Iguaçu é o esgoto e o lixo das cidades. A nascente do rio é límpida e preservada, mas alguns quilômetros depois, quando recebe os afluentes de Curitiba e região metropolitana, o Iguaçu se torna um dos rios mais poluídos do Brasil. Sem saneamento urbano e conscientização, não há solução", concluiu. Na opinião do superintendente, eventos como o Águas do Amanhã "são fundamentais para promover o debate e estimular ações e soluções compartilhadas", finalizou.
Coopavel apresenta programa de sucesso - O Água Viva, programa de recuperação e preservação de nascentes da Coopavel, foi um dos exemplos bem sucedidos apresentados durante o Águas do Amanhã. Laercio Boschini, engenheiro agrônomo da cooperativa, explicou aos participantes do fórum os detalhes do projeto, criado em 2004 e que já recuperou cerca de 7 mil minas de água. Para desenvolver o projeto, os agricultores são organizados em grupos de trabalho, geralmente, envolvendo vizinhos e familiares. As orientações de como recuperar e proteger a nascente são repassadas pelos instrutores da cooperativa.
Ganhos de produtividade - A proteção das nascentes evita a contaminação, além de melhorar a vazão da água, inclusive em períodos de seca. Conforme explicou Boschini, água de qualidade não serve apenas para garantir a saúde da família, mas também é boa para os negócios no campo, pois muitas propriedades tiveram aumento considerável na produtividade de aves, suínos e leite, por conta da ingestão da água saudável, que garante a sanidade dos animais, e por consequência, reduz os custos com medicamentos.
Análise da água - O projeto também determina a análise da água em todas as nascentes em construção. Uma coleta é feita antes da recuperação e outra após 6 meses, para que se tenha um levantamento técnico quantitativo e qualitativo em relação à produção avícola, suinícula e pecuária, bem como à saúde e bem estar das famílias. "Não tem produção, no campo ou na indústria, sem água de qualidade", resume Boschini. Em 2008, o Água Viva recebeu prêmio nacional concedido pela OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e revista Globo Rural, como o melhor projeto ambiental do Brasil.
Participantes - Participaram do encontro a Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio), Federação das Indústrias do Paraná (Sistema Fiep), Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Sistema Ocepar), Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e Associação Comercial do Paraná (ACP), entre outras entidades representativas, além de empresas e autoridades.