AGROPECUÁRIA: Greve dos fiscais agropecuários provoca prejuízos
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A greve dos fiscais federais agropecuários entra, hoje, no décimo dia ainda sem solução. Ontem, a associação nacional da categoria esteve reunida com a comissão de agricultura da Câmara Federal, que prometeu intervir junto ao governo federal para apressar uma negociação. O presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, manifestou grande preocupação quanto à continuidade do movimento em função dos prejuízos ao setor de exportação do agronegócio, onde estão inseridas as cooperativas. “Depois de anos de frustração de safras e de redução das exportações em função dos problemas de sanidade, o setor começa a se recuperar com a retomada de negócios a preços um pouco melhores. Justamente neste momento delicado para a economia é deflagrada uma greve que nos faz reféns. Esperamos dos grevistas o bom-senso para não utilizar nossas dificuldades como moeda de troca nas negociações”, comentou Koslovski.
Histórico - De acordo com Terezinha Mazza, representante do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários desde a primeira paralisação - em junho, quando a categoria parou por 11 dias, retomando a greve no último dia 24, após 20 dias sem retorno do Ministério da Agricultura -, o governo federal apresentou apenas uma proposta formal. “De reajustar apenas o salário-base, em 4% em 2008, 4% em 2009 e 4% em 2010”, afirma.
Desacordo - Nesta segunda greve, segundo ela, as propostas foram apenas informais e não agradaram aos fiscais. “Na última quinta-feira de manhã, eles propuseram apenas 5,7% de reajuste e, na sexta-feira, a última proposta foi de mexer apenas na gratificação: de R$ 55 passaria a R$ 100, também para ser dividido nos três próximos anos”, explica.
Negociação- Mazza ainda comenta que desde 2005 a categoria vem tentando negociar com o governo federal. Segundo ela, as reivindicações foram repassadas, formalmente, no final de novembro de 2006. “E ainda não fomos atendidos. Pedimos que sejam discutidos os 42% da tabela do vencimento e a gratificação com reajuste de 100%. Queremos ainda a reestruturação da carreira e a criação de uma Escola Superior de Fiscalização”, completa. Ela ainda reclama que atualmente, por falta de um centro de capacitação, 390 fiscais aprovados no último concurso estão indo a campo sem estarem aptos.
Efeitos - “A greve já está trazendo reflexos em todo o País. Na Região Sul esses reflexos são mais significativos, principalmente por ser onde o movimento nos portos, fronteiras e frigoríficos são mais intensos”, afirma Mazza. Ela diz que até o final desta semana, a Associação dos Fiscais Federais Agropecuários no Paraná deve divulgar o montante de mercadorias que estão paradas no Estado. O departamento aduaneiro da Estação Aduaneira de Interior (EADI) Sul afirmou que, ontem, o número da caminhões, apenas no pátio local, era de 764, sendo 489 de importação (que dependem da fiscalização do Ministério da Agricultura para liberação) e 275 de exportação.
Avicultura - A União Brasileira de Avicultura (UBA) estima perdas da ordem de US$ 15 milhões para o setor, em todo o país, até o momento devido à greve dos fiscais sanitários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Algumas empresas do setor avícola já estão começando a paralisar as atividades de abate de frango, informou o diretor-executivo da UBA, Clóvis Puperi. Com a interrupção dos serviços de emissão dos documentos sanitários que autorizam a exportação e importação de produtos agropecuários, estima-se que cerca de 10 mil toneladas de produtos avícolas estavam parados nos portos do país, informou Puperi. (Com informações Paraná Online)