AGROBRASÍLIA I: Evento reúne jornalistas do agro na capital federal

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"Desafios para o fortalecimento e desenvolvimento do agronegócio regional e nacional, um olhar sobre o papel dos jornalistas e comunicadores do agronegócio".  Este foi o tema da palestra realizada pelo ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, durante o Encontro de jornalistas ligados ao agronegócio, durante a abertura da Agrobrasília, na terça-feira (17/05), no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, Distrito Federal. Roberto falou para uma plateia de cerca de 50 jornalistas de diversos estados, entre eles, o coordenador de comunicação do Sistema Ocepar, Samuel Milléo Filho que também fez palestra no evento. Milléo falou sobre a iniciativa pioneira de jornalistas do Paraná em fundar a primeira associação de profissionais que atuam no meio rural, a Ajap Paraná.

Alerta - Na sua apresentação Rodrigues disse que o Brasil abastecerá o mundo com alimentos, etanol e energia elétrica nas próximas duas décadas, suprindo a demanda dos países emergentes. Eles deverão comprar mais 20% de produtos para enfrentar o aumento do consumo provocado pela multiplicação por três, da renda per capita. Mas ele alertou para as deficiências nas políticas públicas e na logística que poderão comprometer o cenário do futuro. "Aquilo que Pero Vaz de Caminha falou, foi a maior mentira da história. Não é só plantar. Tem que cuidar e aplicar a tecnologia. Não se trata de fazer apenas o trivial. Temos que agregar valor", disse. Rodrigues disse que somos politicamente tímidos. "O mundo nos olha e respondemos com o fornecimento de produtos, mesmo não contando com uma infraestrutura adequada e apoio institucional consistente. Precisamos sim de políticas públicas para o setor do agronegócio", frisou.

 

Paraná - Rodrigues citou por diversas vezes na sua palestra as cooperativas como um bom exemplo de organização e de desenvolvimento no agronegócio. "No Paraná temos excelentes exemplos de desenvolvimento, de agregação de valor aos produtos primários e também tem uma imprensa bastante atuante e qualificada", frisou. Rodrigues ainda disse que a comunicação, o trabalho do repórter é fundamental para o crescimento do agronegócio brasileiro. "Eu fico às vezes indignado quando assisto uma determinada matéria sobre o agronegócio em que o jornalista não tem total conhecimento do que fala. Admiro muito quando o repórter vai a campo, pois ali ele tem segurança e conhecimento de causa. O trabalho do jornalismo é muito importante, porém é necessário fortalecermos os jornalistas do agronegócio. Eu fico pensando, porque não temos hoje diariamente nos principais jornais das emissoras de TV, notícias voltadas para o produtor? Precisamos fortalecer cada vez mais, pois o trabalho do homem do campo, está em tudo: nas roupas, nos alimentos, perfumes, etc...", frisou.

 

Ajap - Após a palestra de Rodrigues, o coordenador de comunicação do Sistema Ocepar, Samuel Milléo Filho participou de um painel coordenado pela jornalista da Rede Globo de Brasília, Renata Gonzaga, que abordou sobre as experiências de sucesso da integração dos profissionais de jornalismo que atuam no setor. Milléo fez uma apresentação do trabalho realizado pela Associação dos Jornalistas de Agronegócio do Paraná (AJAP) e as parcerias realizadas no Paraná, entre elas com a Ocepar, Faep, Emater/Pr, Iapar e mais recentemente com a Embrapa que viabilizou um projeto chamado de Secoagro, quando nos anos de 2008 e 2009 foram realizados 20 seminários itinerantes de comunicação para profissionais e estudantes de jornalismo e que reuniu 1,5 mil participantes.

 

Qualificação - "A Mídia tem um papel fundamental para o crescimento do agronegócio. Muitas vezes a sociedade não vê e não reconhece o trabalho do produtor rural. É preciso divulgarmos  mais, é preciso levar ao conhecimento da sociedade, que o Brasil produz e produz muito bem", lembrou. Ele ainda disse que a questão não é colocar o tema do agronegócio na pauta dos meios de comunicação. "Isso já acontece pela própria força do setor. O que precisamos, enquanto profissionais de comunicação é discutir e avaliar a qualidade da informação que está sendo veiculada e isto está baseado no fato de o jornalista conhece ou não o setor. Nossa entidade tem essa missão: preparar melhor o jornalista que atua na área como também o estudante de jornalismo", frisou Milléo.  Durante o painel também foi apresentado por Cristiano Lima, do Núcleo Grpcom de Agronegócio os trabalhos realizados no Paraná pelo Jornal Gazeta do Povo e pela RPC, Caminhos do Campo e da Expedição Safra.

 

IICA - O representante do Instituto Interamericano de Cooperação para a agricultura (IICA), entidade promotora do Encontro de Jornalistas, o argentino Manoel Otero encerrou o evento dizendo-se satisfeito ao ver que a Agrobrasília 2011 começou muito bem e que o Encontro dos Jornalistas foi essencial para o fortalecimento da feira e também para o desenvolvimento do agronegócio. "Apesar de não estar aqui e não ter acompanhado as outras edições, vejo hoje que a Agrobrasília já é uma feira muito grande e é importante para o país. Este encontro dos jornalistas é um início para alavancarmos mais o agronegócio, o exemplo do Paraná nos dá essa direção. Parabéns a todos, e o Brasil tem um futuro brilhante, a feira tem um futuro brilhante".  Otero fez questão de agradecer o esforço da jornalista Lydia Costa, assessora de imprensa da Agrobrasília pela dedicação na realização deste primeiro encontro. Segundo ela, "realizamos um antigo sonho hoje, reunir profissionais aqui no DF para debatermos sobre o agronegócio", disse.

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