AGRO: Cocamar faz o manejo mecanizado dos sauveiros em reflorestamentos

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Um dos desafios enfrentados por quem investe em reflorestamento com eucaliptos na região noroeste do Paraná é o ataque da formiga cortadeira da espécie Atta sexdens, conhecida como saúva limão por emitir um aroma natural parecido com o dessa fruta.

Controle - O inseto, cuja presença pode ser observada principalmente em pastagens degradadas, é atraído pelo eucalipto – cujas folhas seriam mais propícias à formação de seu alimento, o fungo, no interior dos sauveiros. Se não houver um controle efetivo, o prejuízo é certo.

Mecanização - A Cocamar, que possui atualmente 4,5 mil hectares de áreas de reflorestamento com essa espécie de árvore em diversos municípios num raio de 150 quilômetros de Maringá, adota um manejo mecanizado com a aplicação de iscas granuladas. A prática é considerada eficaz e menos agressiva ao meio ambiente, conforme explica o engenheiro agrônomo Robson Ferreira, gerente técnico de reflorestamento da cooperativa.

Desfolha - “É feito o controle sistemático das formigas durante todo o ano, inclusive nas áreas que vão receber os novos plantios”, cita Ferreira, ao frisar que os ataques começam já nessa fase inicial, se estendem por todo o período de desenvolvimento da árvore e podem chegar mesmo à idade de corte, no sétimo ano em média. Não raro, segundo ele, a desfolha causada pela intensa presença de cortadeiras pode ocasionar a perda de mudas e até de árvores adultas.

Iscas - O manejo deve ser efetuado sob tempo seco, realizando-se a deposição de uma quantidade de iscas próxima aos carreiros das formigas por máquina acoplada a um trator. Como as iscas são atrativas, os insetos vão transportá-las para os sauveiros, onde, como resultado da fermentação, é exalado um gás que elimina o fungo, seu alimento.

Planejamento - De acordo com o técnico agrícola e florestal Edson Luis Garcia, da Usina de Preservação de Madeira da cooperativa em Presidente Castelo Branco, a 30km de Maringá, a operação mecanizada é feita pelo menos uma vez por ano, padronizando o controle mediante a realização de um planejamento que inclui um reforço nas bordaduras das áreas para evitar que o inseto venha de propriedades vizinhas.

GPS - O técnico menciona que a prática mecanizada apresenta uma série de vantagens sobre a manual. Com o trator, por exemplo, é possível cobrir uma área de 8 hectares por dia, trabalho esse que demandaria entre 5 e 6 trabalhadores; por outro lado, a distribuição melhor das iscas pelas áreas reduz o risco de insucesso, lembrando que o mapeamento é feito por GPS. Em ambos os casos, os trabalhadores não estão dispensados do uso de equipamentos de proteção individual (EPI).

Obrigatoriedade - O combate ao inseto não é aleatório e está previsto, desde 2015, na Portaria 212 da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), que estabelece medidas para o manejo de formigas cortadeiras no Estado do Paraná e determina a obrigatoriedade da adoção de práticas de controle.

Revoadas - Antônio Aparecido Cunha, supervisor da Usina de Preservação de Madeira, ressalta que o problema exige a especial atenção dos proprietários rurais, examinando mais apuradamente suas áreas, uma vez que o comportamento das formigas cortadeiras parece estar sofrendo alterações. No ano passado, houve duas revoadas para a reprodução e a formação de novos sauveiros, o que é insólito, lembrando que normalmente ocorre uma única revoada no ano, entre os meses de agosto e setembro.

Uso industrial - Os reflorestamentos com eucaliptos, da Cocamar, são destinados em sua quase totalidade para uso industrial. Os cavacos são aproveitados como biomassa no parque industrial da cooperativa em Maringá, onde está instalada uma usina de cogeração de energia elétrica com capacidade para 13 megawatts.

Tratamento - Do volume total de eucaliptos cortados, cerca de 5% seguem para a Usina de Tratamento de Madeiras da própria Cocamar, em Presidente Castelo Branco, que opera com autoclave em sistema de osmose-pressurização. São produzidas cerca de 23 mil peças por mês, principalmente palanques e mourões para uso na pecuária, entre diversos outros materiais.

Ampliar - Segundo o agrônomo Robson Ferreira, gerente técnico de reflorestamento da cooperativa, até 2028 o planejamento estabelece chegar a 8 mil hectares, uma área quase duas vezes maior que a atual, para atender a uma crescente demanda da cooperativa por biomassa, considerando o plantio de 1 mil hectares por ano, em média.

Brigada - Como as áreas de reflorestamento estão sob o permanente risco de incêndios, a Usina de Preservação de Madeira da Cocamar conta com os serviços de uma brigada própria, formada por sete colaboradores – três na Usina e quatro nas florestas - para o combate inicial a sinistros e a prestação dos primeiros socorros.

Manter sempre limpo - “Há todo um cuidado com aceiros, nas áreas, para o autocontrole de incêndios, bem como deixar sempre as estradas e carreadores limpos para dificultar que o fogo se alastre”, explica o supervisor da Usina, Antônio Aparecido Cunha.

Ocorrência - Chefiada pelo técnico agrícola e florestal Edson Luis Garcia, a brigada conta com equipamentos, vestimentas e aparatos adequados para atender a uma emergência, como o que aconteceu em outubro do ano passado numa área em Paranavaí, quando 12 hectares foram queimados.

Sem danos - “Foi um fogo rasteiro, possivelmente provocado por uma descarga elétrica da rede que atravessa a floresta, causada por um raio, mas que felizmente não prejudicou as árvores”, comenta Garcia.

Preparo - Todos os meses, o grupo de brigadistas se reúne para treinamentos que incluem a simulação de acidentes sob a coordenação de especialistas. Assim, na eventualidade de uma ocorrência, a equipe está sempre preparada, sendo que o protocolo prevê uma comunicação imediata com o corpo de bombeiros mais próximo e também com o Samu, caso haja vítimas. (Assessoria de Imprensa Cocamar)

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