AGRICULTURA IV: Ocepar, Faep e Seab pedem R$ 2,30 bilhões para custeio do trigo

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Aproveitando a vinda do ministro Reinhold Stephanes ao Paraná, a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Federação da Agricultura do Paraná (Faep) e Secretaria Estadual da Agricultura (Seab) entregaram juntamente com os pleitos do setor produtivo para o Plano Safra 2010/2011, um documento com propostas para a safra 2010 de trigo. Os principais pontos do documento, entregue na manhã desta segunda-feira (01/03), em Curitiba, durante reunião no Sistema Ocepar, abrangem a garantia de preço mínimo, apoio para comercialização da produção, e R$ 2,30 bilhões em recursos para custeio da safra, além de medidas que visam proteger o trigo nacional da concorrência com o produto importado.

Trabalho conjunto - "Essas propostas foram estudadas pelas áreas técnicas da Ocepar, Faep e Seab e focam não apenas o plantio, como também a comercialização, pois também estamos solicitando a manutenção dos instrumentos de comercialização para o trigo. É muito importante que o produtor tenha tranqüilidade e saiba que o ele está gastando hoje no investimento de implantação da lavoura terá sustentação na hora da comercialização", disse o chefe do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Francisco Carlos Simioni, que representou o secretário da Agricultura, Valter Bianchini. "Precisa haver uma definição clara em relação ao volume de recursos, taxa de juros e seguro, para o produtor que está iniciando o plantio de trigo possa ter tranquilidade em relação ao futuro", disse o presidente da Federação da Agricultura do Paraná, Ágide Meneguette. "A preocupação com o trigo é grande pois temos um volume grande do produto ainda não comercializado e é fundamental que os produtores tenham políticas consistentes para amparar o processo de comercialização. Além disso, esperamos que sejam inseridas restrições em relação à entrada de produto subsidiado de outros países para que a gente possa efetivamente garantir ao nosso produtor nacional uma melhor remuneração em relação à produção nacional", completou o presidente da Ocepar João Paulo Koslovski.

Classificação do trigo - O dirigente cooperativista comentou ainda sobre a intenção do governo em instituir uma nova classificação para o trigo. "Sobre este assunto, sugerimos que uma equipe de técnicos das entidades e também do Mapa vá até a Argentina para ver como é feita a classificação do trigo naquele país. Acredito que poderemos tirar algum exemplo ou modelo que possa ser aplicado no Brasil", disse Koslovski. Em relação a esta questão, o ministro Stephanes disse que há consenso de que é preciso melhorar a qualidade do trigo produzido em algumas regiões do país, no entanto as discussões em torno do projeto de alteração da Instrução Normativa n.º 07/2001, que trata do padrão de identidade e qualidade do trigo, ainda não estão concluídos. "Vamos abrir ainda consulta pública para o projeto pelo prazo de 30 dias para que o assunto possa ser debatido ainda mais. Mas achei válida a ideia de conhecer a experiência argentina e, quem sabe, pegá-la como parâmetro para as mudanças que pretendemos fazer por aqui", disse.

Salvaguarda - A dificuldade em concorrer com o produto importado e a falta de medidas governamentais que garantam salvaguardas contra o produto importado foi outro assunto contemplado no documento elaborado pela Ocepar, Faep e Seab. Principalmente no que diz respeito ao trigo nacional e ao trigo importado da Argentina, país que vem sistematicamente adotando medidas de incentivo para agregar valor ao grão. Por este motivo, a proposta entregue nesta segunda-feira (01/03) ao ministro Reinhold Stephanes solicita que seja mantida a Tarifa Externa Comum - TEC - para o trigo e seus derivados em 10% de maneira a tornar consistente a política agrícola. Em relação à concorrência do trigo nacional com o trigo importado, as entidades propõem também que seja estabelecida uma tarifa compensatória em percentual que neutralize as vantagens concedidas na origem para a farinha de trigo e pré-misturas de farinhas importadas da Argentina; além de restringir a entrada física de trigo no território brasileiro no período de comercialização da safra nacional; e Negociar Acordo com Governo da Argentina e demais países do Mercosul, estabelecendo quota limite para entrada anual de trigo no Brasil, para que, no período de entressafra seja importado no máximo 40% do consumo interno.

Clique aqui para acessar a íntegra da proposta para trigo, cevada e aveia - Safra 2010

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