AGRICULTURA E ABASTECIMENTO II: Presidente da Ocepar faz avaliação positiva das reuniões com ministro e secretários do Mapa

O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, avaliou positivamente os encontros ocorridos, nessa terça-feira (04/04), com integrantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília. Ele fez parte de uma comitiva do Paraná, liderada pelo secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, e que contou com a presença de outras entidades paranaenses vinculadas ao segmento agropecuário. De acordo com Ricken, foram realizadas duas reuniões. Na parte da manhã, questões relativas à influenza aviária foram tratadas com o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Carlos Goulart. À tarde, o grupo foi recebido pelo ministro Carlos Fávaro, quando foram debatidos temas ligados à armazenagem e transporte de grãos, principalmente.

Presenças - Também participaram das reuniões o secretário-adjunto da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), Márcio Rezende, o diretor de Saúde Animal, Eduardo de Azevedo, o secretário-adjunto de Política Agrícola, Wilson Vaz de Araújo, e José Luis R. Vargas, do Departamento de Serviços Técnicos da SDA. Entre os paranaenses estavam presentes, juntamente com Ricken e Ortigara, o analista da gerência de Desenvolvimento Técnico da Ocepar, Alexandre Monteiro, o secretário executivo do Sindiavipar, Inácio Kroetz, o gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias; e, representando o Mapa no Paraná, Cleverson Freitas e Cezar Pian. A superintendente do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), Tânia Zanella, também acompanhou os encontros.

Influenza aviária - Em relação à influenza aviária, a comitiva paranaense apresentou sete pontos que são foco de atenção. Um deles é o estabelecimento de condições para que seja definida uma estratégia de proteção contra a doença de forma mais regionalizada, contemplando os três estados do Sul do país, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que respondem por 65% da produção nacional e 80% das exportações de carne de frango. Também, o fortalecimento das estruturas e do efetivo na fiscalização de fronteiras internacionais, portos e aeroportos. E, ainda, o fortalecimento da rede oficial e credenciada para exames e diagnósticos da doença.

Mais - Além disso, os paranaenses destacaram a importância de uma cooperação internacional com os serviços oficiais sanitários dos países afetados pela influenza aviária; o fortalecimento das relações comerciais e diplomáticas com os principais países compradores; o controle e monitoramento das aves de subsistência e o controle e monitoramento da ocorrência da doença em aves silvestres.

Risco - “Nós estamos realmente com um risco muito grande de termos influenza aviária no Brasil, até porque na Argentina e em outros países vizinhos hoje já existe a presença do vírus. Dessa forma, nós discutimos as condições de como fazer uma proteção maior em relação ao Paraná, que hoje representa 34% da produção na nacional de aves e 40% das exportações. E, juntamente com os demais estados da região Sul, Rio Grande e Santa Catarina, nós respondemos por mais de 65% da produção, ou seja, 2/3 do que se produz de frango de corte no Brasil se concentra no Sul do país. Nossa preocupação é, a partir da regionalização, proteger a produção nacional. Isso obviamente não é simples, mas temos que trabalhar para nos proteger. Na reunião ficou claro que estamos bem unidos para fazer essa proteção e atuar na prevenção”, afirmou Ricken.

Armazenagem - Em relação à armazenagem, o presidente da Ocepar relatou que foi apresentado ao ministro Carlos Fávaro um levantamento fotográfico que evidencia um colapso total no Estado do Paraná. “Atualmente ocupamos toda a nossa capacidade, alugamos os armazéns disponíveis, silos bag, e há até piscinas cheias de grãos. Isso demonstra a fragilidade existente atualmente em relação à questão da armazenagem. Assim, fizemos um pedido especial ao ministro para que dê atenção ao tema, inclusive, solicitamos que a infraestrutura de armazenamento seja contemplada na liberação de recursos extras que deve ocorrer brevemente. Hoje, as cooperativas possuem a melhor estrutura de armazenagem. Mas há muito a ser feito nessa área, que exige modernização constante”, salientou Ricken. Outro ponto item tratado com o ministro foi a infraestrutura de transporte de grãos. “Precisamos de melhorias para que a gente consiga absorver toda essa bela safra que devemos colher”, frisou.

Receptividade - Ele disse que houve grande receptividade de Fávaro aos temas levantados pelos paranaenses. “Tivemos a oportunidade de tratar de questões importantes com o ministro e os secretários do Mapa. O ministério tem uma preocupação grande em relação aos reflexos que podem ocorrer no mercado. A demanda internacional por proteína animal é grande. Recentemente o ministro esteve na China e deve retornar para lá com o presidente Lula para tratar sobre as parcerias comerciais entre os dois países. Agora, nós temos que nos proteger para manter a qualidade e a sanidade, que são questões fundamentais”, finalizou o presidente da Ocepar.

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Clique aqui e confira a entrevista concedida pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, ao jornalista Samuel Milléo Filho

FOTO: Carlos Silva / Mapa