AFTOSA CAMPANHA PRETENDE VACINAR 10 MILHÕES DE CABEÇAS NO PR
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Ágide ? Na opinião do presidente da Faep e do Fundepec, Ágide Meneguette, somente com a mobilização de toda sociedade paranaense é que a meta dos 100% poderá ser atingida. ?Aquela vaquinha que anda solta perto da vila, também precisa ser vacinada, vamos fazer um mutirão no município, as vezes o dono não tem a dimensão o que representa para a economia de nosso Estado se aquele animal acabar contraindo a doença. Portanto, é preciso que vereadores, prefeitos, lideranças rurais realmente se mobilizem e faça sua parte?, destaca. O presidente da Faep lembra o que aconteceu com o Estado do Rio Grande do Sul, quando apareceu o primeiro foco de aftosa no município de Jóia. ?Até hoje eles estão lutando para voltar a vender carne para fora. Não podemos acontecer este tipo de coisa aqui no Paraná?, frisa Meneguette.
Koslovski ? ?Nós temos uma responsabilidade muito grande neste processo. Não só o governo estadual ou federal, mas também os sindicatos, cooperativas, associações, produtores precisam se empenhar ao máximo para que a campanha de vacinação chegue no dia 20 de novembro com todo o plantel de bovídeos vacinados em nosso Estado?, destaca o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, que participou na semana passada juntamente com Ágide, do delegado do Ministério da Agricultura, Gil Bueno e do secretário da Agricultura, Antonio Poloni em sete reuniões realizadas pelo Conesa em diversas regiões do Paraná. João Paulo lembra ainda que a conquista do status de área livre com vacinação, foi possível ampliar nossas exportações de carnes. ?Hoje o Paraná fatura mais de US$ 220 milhões somente com exportações de carne, o que demonstra a importância da dimensão de todo este trabalho e desta mobilização que acontece em todo o Paraná, para que nenhum animal fique sem a vacina. A responsabilidade é de todos para que possamos manter este status e quem sabe até, aumentar as exportações de carne. Com a vacina todos ganham!?, argumenta o presidente da Ocepar.
Poloni - Segundo Antônio Leonel Poloni, secretário da Agricultura, a Região Sudoeste é prioritária no esquema de fiscalização montado pelo serviço de Defesa Sanitária por ser área de fronteira. "A guerra contra a febre aftosa ainda não está ganha", disse. O secretário disse que os 28 pontos de fiscalização espalhados pelo Estado serão mantidos, como forma de evitar a entrada do vírus, já que a doença voltou a ocorrer na Argentina. "Precisamos manter nosso status sanitário, pelo bem da saúde econômica do Paraná e do Brasil. Justamente por não ter ficado atenta ao problema, a Argentina teve que desmontar todo seu setor de bovinocultura", acrescentou.
Fronteira - Entre as prioridades da campanha no Paraná está a imunização do rebanho do Sudoeste. Pertencem à região sete municípios que fazem divisa com a Argentina. Os rebanhos do país estão contaminados pela febre aftosa e o risco de disseminação da doença não é conhecido pelas autoridades dos países vizinhos. Os municípios de Barracão, Bom Jesus do Sul, Capanema, Pérola do Oeste, Planalto, Pranchita e Santo Antônio do Sudoeste, que ficam nesta área, têm mais de 100 mil cabeças distribuídas entre aproximadamente 7,5 mil propriedades.
Defis - De acordo com o Departamento de Fiscalização do órgão (Defis/Seab), o rebanho a ser protegido com a vacina é estimado em 9,9 milhões de bovinos e 100 mil bubalinos. Eles pertencem a mais de 210 mil rebanhos, espalhados pelos 399 municípios do Estado. ?É importante que todos sejam vacinados, independente da idade ou condição de saúde?, observa o responsável pelo setor de Sanidade Animal do Defis, veterinário Felisberto Baptista. ?Fêmeas em gestação e bezerros também devem ser vacinados?, completou.
Pontos de venda - Como fizeram nas campanhas anteriores, os criadores podem adquirir a vacina nas cerca de oitocentas lojas de produtos veterinários em funcionamento no Estado. O preço médio da dose é de R$ 0,85. Os pequenos criadores podem comprar a dose diretamente dos vacinadores treinados e cadastrados pela Seab, que percorrerão as propriedades. Com o trabalho dos vacinadores, a Seab quer evitar que o criador compre vacinas além do necessário e, além de gastar mais dinheiro, tenha que desprezar o produto excedente. As vacinas são vendidas em frascos com dez, vinte ou cinqüenta doses. Cada dose contém 5 mililitros de vacina, que começa a fazer efeito 21 dias para os que estão recebendo a dose pela primeira vez e dentro de sete dias para os que têm memória imunológica.
Fundo - Assim que vacinar seu rebanho, os criadores devem se dirigir à unidade veterinária mais próxima para comprovar a vacinação e cadastrar os animais. Outra providência é recolher, na rede bancária, R$ 0,25 por animal para o Fundo de Defesa Pecuária (Fundepec). O fundo, que só pode ser acionado para indenizar o criador que tiver que sacrificar animais em decorrência dessa doença especificamente, já conta com aproximadamente R$ 2,1 milhões. Ágide lembra que é importante que os produtores continuem contribuindo para o Fundo. ?É de fundamental importância que o produtor continue contribuindo com R$ 0,25 por cabeça vacinada para o Fundo, ele é a nossa garantia. A meta é atingir um total arrecadado de R$ 8 milhões. O fundo já conta com R$ 2,1 milhões em depósitos. O dinheiro é uma espécie de seguro que só poderá ser utilizado para indenizar os criadores em casos de abate por ocorrência da febre aftosa.?, destaca.