COOPERAÇÃO: RESPONSABILIDADE SOCIAL COMO PRINCÍPIO
Por João Paulo Koslovski *
A Revolução Industrial, que marcou a economia mundial a partir da década de 1840, provocou uma concentração de capital sem precedentes e reduziu o emprego e o valor do trabalho, ampliando a diferença entre ricos e pobres. Com a oferta de mão-de-obra farta e barata, os trabalhadores praticamente não têm direitos nessa nova ordem econômica. Adultos e crianças foram explorados à exaustão e o que ganhavam, sequer era suficiente para a uma digna alimentação.
Foi naquele sombrio momento da economia que em 1844 surgiu a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochedale, na Inglaterra, a cooperativa que ensinaria ao mundo a arte de cooperar para vencer desafios aparentemente intransponíveis. Um movimento de defesa sócio-econômica com princípios sociais e valores carregados de cooperação e solidariedade, que eliminou ou reduziu drasticamente, entre seus integrantes, os efeitos da exclusão social.
Um movimento de responsabilidade social. E é esse o tema que elegemos para as celebrações do 85º Dia Internacional do Cooperativismo no Paraná. Elegemos esse tema para mostrar à sociedade que o cooperativismo pode ser uma alternativa para a superação da exclusão social e econômica causada pela dinâmica da economia atual.
Dizemos que temos a responsabilidade social como princípio porque o objetivo final do movimento cooperativista é a promoção integral do ser humano, sua valorização e crescimento cultural para que possa se inserir na sociedade e competir em igual condição com os demais membros.
Como se faz isso, se as cooperativas convivem com empresas de finalidade econômica? É preciso lembrar que o sucesso econômico não é um fim em si, mas é resultado da união de pessoas com objetivos comuns e da cooperação entre si. Assim surgiram os empreendimentos cooperativos cujos resultados econômicos são redistribuídos entre seus membros.
Podemos afirmar que o resultado econômico dos empreendimentos cooperativos é apenas uma de suas faces, talvez a mais visível, mas não o único. A responsabilidade social está intrínseca nos seus princípios de cooperativismo que não são excludentes, pois preconizam a adesão livre, a gestão democrática, a participação econômica dos integrantes, a autonomia e independência dos seus membros.
Para propiciar a organização de sociedades sólidas, o cooperativismo atua fortemente na educação e formação de seus membros, pois o conhecimento tem a capacidade de produzir o diferencial entre sociedades submissas e independentes. Essa responsabilidade social ultrapassa a cooperativa, alcançado os familiares dos cooperados e a comunidade onde está inserida. Afinal, o interesse pela comunidade é um dos princípios do cooperativismo.
Os resultados dessa responsabilidade social podem ser medidos pelos indicadores do cooperativismo paranaense: 410 mil integrantes, faturamento de R$ 16,5 bilhões em 2006 (16,5% do PIB do Paraná), R$ 7,5 milhões investidos na área de formação, beneficiando 104 mil pessoas diretamente e possibilitando que mais de 2.100.000 paranaenses estejam abrigados pela cooperação.
Cooperativismo com resultado social é isto: mais empregos, mais renda, mais inclusão social.
Conheça os valores do cooperativismo que beneficia você também!
* Presidente do Sistema Ocepar – Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná |
